A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de mais um inquérito contra o senador piauiense Ciro Nogueira (Progressistas). A informação foi publicada na tarde do sábado (6) pelo site da revista da Época.

O pedido está na mesa do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo. O objetivo é apurar o envolvimento do senador nas irregularidades denunciadas pelo grupo J&F. Segundo delações, Ciro recebeu cerca de R$ 50 milhões para apoiar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em dois momentos: nas eleições de 2014 e no processo de impeachment.

Em 2014, diversos segmentos do PP não queriam apoiar a reeleição de Dilma mas durante a convenção do partido Ciro Nogueira apresentou, às pressas, uma resolução que garantia que a executiva nacional (grupo menor e mais fácil de criar consenso) poderia tomar a decisão sobre o candidato que seria apoiado pelo partido. Ele declarou a proposta aprovada segundos após anunciar votação e sem que os votos fossem contabilizados.

Na época, a convenção foi encerrada de forma repentina por determinação de Ciro, que deixou o evento chamado de “vendido” e “bandido” por membros do partido. Apesar de ter apoiado a reeleição de Dilma Rousseff em 2014, o senador votou contra a ex-presidente no processo de impeachment em 2016, ajudando a tirá-la do poder.

O Política Dinâmica procurou a assessoria do senador Ciro Nogueira neste domingo (7) para comentar o pedido de abertura de inquérito noticiado pela revista Época, mas até a publicação da matéria nenhuma resposta havia sido enviada.

Por Gustavo Almeida