PETISTAS COMPRAM “GUERRA” CONTRA O JUDICIÁRIO

Juiz Sérgio Moro e demais membro do Judiciário questionam as intenções do Congresso (Foto:BBC/Brasil)

por Lídia Brito

Lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), no Piauí, não poupam críticas ao que chamam do corporativismo de membros do Judiciário brasileiro. Eles defendem artigo no projeto de lei sobre Abuso de Autoridade, que prevê punições mais duras para juízes, promotores e membros do Ministério Público em caso de abusos.

Membros do Judiciário acusam o Congresso de tentar uma manobra para prejudicar a operação Lava Jato. O PT é um do partidos com investigados, entre eles o ex-presidente Lula, considerado o maior líder político da sigla no país. Os petistas negam qualquer tentativa de atrapalhar as investigações e declaram que “quem não deve não teme”.

Para a senadora Regina Sousa, presidente do PT no Piauí, um pequeno grupo no Judiciário estaria tentando confundir a opinião pública ao levantar suspeitas sobre as intenções do Congresso. “A polêmica ocorre porque as pessoas não sabem o que está sendo votado. Existe um grupo que se utiliza desse desconhecimento para tentar colocar para a opinião pública que o Congresso quer acabar com a Lava Jato. Isso não é verdade. Queremos impedir o abuso de autoridade”, declarou.

O deputado federal Assis Carvalho (PT) afirma que os membros do judiciário que atuam dentro da lei não teriam motivos para temer o projeto. “Temos casos absurdos como de uma juíza no Pará, que determinou a prisão de uma adolescente em uma cela com mais de 60 homens. A punição dela foi dois anos de afastamento recebendo um salário de R$ 25 mil por mês. São esses juízes que temem mudança na lei. Quem não deve não teme. Temos que acabar com os crimes de abuso. Qualquer cidadão que comete um crime tem que pagar. A mesma coisa vale para um juiz”, afirmou.

Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Cícero Magalhães (PT) afirma que a lei tem que ser para todos. “Como é que o legislativo e o executivo devem ser enquadrados pela lei e o judiciário não? A sociedade não pode ficar a margem da lei. Se existe uma lei tem que ser cumprida por todos. O projeto acaba com o velho corporativismo no Judiciário”, afirmou.

Membros da Associação Piauiense do Ministério Público (APMP) e outras entidades participam, neste domingo (4), às 16h, na Avenida João XXIII, de ato em repúdio à modificação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei pela trata das "10 medidas anticorrupção". A concentração acontece em frente ao prédio do Ministério Público Federal (MPF).

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