por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

Rebatendo críticas de jovens advogados que têm-se movimentado contra a atual gestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, o ex-presidente da Ordem Norberto Campelo, fez afirmações categóricas sobre o assunto. Para o advogado, tudo não passa de uma questão de interesse político. 

“Eu costumo dizer, desde que entrei em política de Ordem, que eleição é coisa do demônio, embora ninguém nunca tenha inventado algo melhor. Nós estamos começando um processo político na Ordem [OAB-PI], e ninguém vai combater quem está no poder, elogiando. Na política há uma máxima que diz: ‘se meu adversário não tem defeito, eu arrumo para ele”. Isso tudo é coisa de cunho puramente eleitoral. Não tem o menor fundamento”, afirma Norberto.

O profissional afirma também que não há possibilidades de a OAB não ter entre suas metas atuais a cobrança de entidades como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre os problemas enfrentados pela classe no Piauí. Uma das reivindicações da comissão independente formada de advogados, é a de que a Ordem tem feito pouco pela garantia de direitos dos profissionais.

“Desde 2007, quando assumimos a Ordem dos Advogados do Piauí, nós temos apresentado por escrito com relatórios fundamentados, todas as mazelas que a advocacia piauiense sofre no seu dia a dia. Com números e com fatos. Inclusive colocando denúncias que chegam na OAB. Devidamente encaminhadas para o CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Nesse período, vários juízes foram afastados foram com a participação direta da Ordem. Inclusive, perante o CNJ nós temos vários relatórios apresentados à corregedoria, sobre a situação lastimável do judiciário piauiense”, defende Campelo.

A Ordem, na visão do grupo de novos advogados, teria sido ainda, como eles colocam, “fatiada” entre os maiores escritórios do Piauí e, enquanto trata dos seus próprios interesses utilizando a visibilidade e influência da entidade. Para Norberto, a fala é uma inverdade; e defende que a OAB trabalha seguramente pelo bem dos advogados fazendo cobranças aos órgãos superiores.

“Como é que você não cobra, se está apresentando os relatórios cobrando? Todos os relatórios são acompanhados de requerimento de providência”, finaliza.