MEIO TERMO PARA ACABAR A BRIGA

Os principais membros do partido líder do Centrão têm uma tarefa árdua para as próximas semanas, apaziguas os ânimos entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) que estão se digladiando. Se de um lado o presidente quer a todo custo implantar o sistema de voto impresso junto ao atual da urna eletrônica, com ofensas inclusive tidas como caluniosas contra o processo eleitoral brasileiro, os ministros por outro lado, tem respondido no mesmo tom e já deixaram claro que não aceitarão virar o ano com o presidente da república atacando o sistema.

Ministro do Supremo reagem a ameaça de Golpe Militar. (foto ilustrativa)

Nesta primeira semana de agosto o presidente deu mais uma declaração polêmica ao falar que poderá usar “armas fora das quatro linhas da Constituição”, dando a entender que pode realizar um golpe militar. A fala irritou o presidente do STF, Luiz Fux, que na ocasião até cancelou a sessão de julgamento dessa quinta-feira (5) entre o chefe dos três poderes. O ministro ainda disse que o presidente não cumpre com a própria palavra e lamentou que Bolsonaro tenha “interpretações equivocadas” de decisões do Supremo que colocam em suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro.

A fala de Bolsonaro foi uma reação a inclusão do nome dele no inquérito das Fake News pelo ministro Alexandre de Moraes que afirmou que a conduta do presidente pode configurar 11 crimes, 7 deles previstos no Código Penal, 3 na Lei de Segurança nacional e 1 no código eleitoral, como calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, apologia ao crime, associação criminosa e denunciação caluniosa. Na ocasião, pelas redes sociais, o ministro destacou que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o Supremo Tribunal Federal de exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa e manutenção da Democracia e do Estado de Direito”, afirma Morais.

TRABALHO DE LIRA E NOGUEIRA

Com todo esse “fogo no planalto”, para tentar diminuir as chamas os novos articuladores do governo Bolsonaro, deputado Arthur Lira (PP-AL) [presidente da Câmara] e o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), terão que achar um ponto em comum para agradar o presidente e os ministros.

Ciro Nogueira, Arthur Lira e Bolsonaro.

Esse meio termo, poderia ser uma mudança mínima no processo eleitoral de 2022, quem sabe aumentar os equipamentos que passem por integridade e fiscalização durante o processo eleitoral. Desta forma, a proposta não acarretaria grandes mudanças e poderia acalmar os ânimos entre Executivo e Judiciário, que poderiam sair de toda essa confusão com ar de vencedores dessa “queda de braço”.

Entretanto, as trocas de farpas entre o presidente e os ministros do Supremo tem impedido os interlocutores progressistas de agir e tentar viabilizar as mudanças. Alterações mesmo que mínimas, mas que já teriam sido sinalizadas como possivelmente aceitas pelo Tribunal.

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