MANIFESTANTES CONTRA O IMPEACHMENT OCUPAM RUAS DE TERESINA


Presidente do PT, José Esmerindo, denuncia golpe e pede mobilização do trabalhador (Foto: Francicleiton Cardoso/PoliticaDinamica.com)

por Lídia Brito

Um grupo formado por lideranças do PT, MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, CUT – Central Única dos Trabalhadores e partidos de esquerda pararam o Centro de Teresina na manhã desta terça-feira (10). A manifestação teve início com ato que paralisou a BR-316 por mais de três horas e seguiu até o Centro da cidade. Os manifestantes denunciam que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seria um golpe.

Eles também protestaram contra a decisão do presidente interino da Câmara Federal, Waldir Maranhão (PP-MA), que revogava decreto assinado por ele mesmo, que anulava a votação do impeachment realizada pela Casa no mês de abril. Eles também pedem novas eleições presidenciais.

Presidente da CUT, Paulo Bezerra, afirma que o país irá parar se o Senado aprovar o impeachment (Foto: Francicleiton Cardoso/PoliticaDinamica.com)

O presidente do PT, José Esmerindo, afirma que o partido já reconhece a derrota. “Vemos que não tem mais como o Senado Federal mudar essa situação. Em primeiro lugar achamos correta a decisão do Waldir Maranhão de anular a votação porque o projeto tinha vícios. Ele tinha poder como presidente da Câmara para isso. O Senado nos surpreendeu quando o Renan Calheiros anunciou que não iria retornar o processo para à Câmara. E outra surpresa negativa foi quando o Waldir revogou o decreto que ele mesmo havia assinado”, declarou.

O presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Paulo Bezerra, afirma que se o impeachment passar, os trabalhadores devem “parar o país”. Ele afirma que as manifestações devem continuar mesmo depois da votação do processo de impeachment no Senado. A CUT teme que o possível governo do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), possa representar perdas para os trabalhadores.

Manifestantes prometem continuar as ações em todo o estado (Foto: Francicleiton Cardoso/PoliticaDinamica.com)

“Existem no Congresso 55 projetos que retiram direitos dos trabalhadores e os parlamentares acham isso pouco. Eles querem tirar todos os avanços do trabalhador. A CUT fez o enfrentamento da terceirização e barrou o projeto, mas quando o Michel Temer sentar na cadeira tudo isso vai ser aprovado e acabar com a vida do trabalhador. Dilma não é a melhor presidente, a CUT nunca disse isso, mas achamos que o golpe é desrespeito aos 54 milhões de votos que a presidente teve. Esse votos não valem nada? Se ela não governa é porque o Congresso Nacional não deixa”, disse o presidente da CUT.

Os manifestantes devem realizar um novo ato às 16 horas no Centro da cidade. “A população não pode ficar calada diante deste golpe que vem acontecendo no país. Essa situação é muito triste. É um desrespeito contra a Constituição, mas todos eles já estão fechados em um grupo e dividindo os cargos que devem assumir no futuro”, destacou. 

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