LULA QUER VARRER BOLSONARISTAS DO GOVERNO

No café com jornalistas realizado nessa última quinta-feira (12) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que orientou aos seus ministros que demitam todos os funcionários identificados como “bolsonaristas raiz”. Segundo publicou reportagem do Estadão, Lula afirmou ainda que “não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser bolsonarista raiz aqui dentro (Governo)”.

Lula reuniu jornalistas de vários meios para o 1º café com a imprensa de seu novo Governo (foto: Agência Brasil)

Ainda segundo o Estadão, o processo de “desbolsonarização” da máquina federal atingiu 1,4 mil servidores federais. Vale lembrar que ainda no período eleitoral, Lula disse que iria retirar do Governo algo em torno de 6 mil militares que foram identificados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

“Estamos apenas há 12 dias no governo, nem terminamos ainda de montar o governo. Até agora foram indicados poucos, estamos fazendo uma triagem profunda. A verdade é que o palácio estava repleto de bolsonaristas e militares e queremos corrigir por funcionários de carreira, de preferência civis que estavam aqui e foram transferidos para outro departamento para que se transforme num gabinete civil, numa Presidência da República com mais civilidade do que nos últimos quatro anos”, afirmou Lula.

Apesar da “limpa” que está sendo realizada, Lula disse que isso não quer fazer um planalto só de petistas e, em outras palavras, vai “adotar” os bolsonaristas arrependidos. “Não quero fazer um processo de perseguição por que o cara um dia foi lavajatista. A sociedade foi tão enganada e a imprensa foi tão ludibriada por um procurador e um juiz de forma triste...”, afirmou Lula. “Se o cara votou no Bolsonaro e presta o serviço com retidão, por que não pode ficar? Não quero fazer um palácio de petista. Não vou chegar em cada repartição perguntando em ‘quem você votou?’. Para não ser enganado não preciso perguntar isso”, ironizou.

FICOU SÓ NO DISCURSO

Apesar da fala, a reportagem do Estadão mostrou que uma das maiores referências em vacinação do país, a pediatra Ana Goretti Kalume Maranhão, foi barrada pelo Palácio do Planado para chefia o recém-criado Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde. A ordem para barrar o nome partiu da Casa Civil, chefiada hoje pelo ministro Rui Costa (PT). A alegação do ministério é que a profissional gabaritada fez críticas ao PT e defendeu a Operação Lava Jato em outros tempos, configurando uma restrição partidária.


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