Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O ex-presidente Lula (PT) se pronunciou há poucos instantes sobre a sentença do juiz Sérgio Moro, que o condenou a 9 anos e 6 meses de prisão na Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão em 1ª instância foi dada ontem (12) e ainda cabe recurso. Em coletiva de imprensa concedida na sede do PT Nacional, em São Paulo, o líder petista criticou o comportamento da Judiciário. “O Power Point permeou todo o comportamento deles”, criticou. Lula voltou a defender a própria inocência e disse ainda que somente o povo brasileiro pode decretar o seu fim.

“Se alguém pensa que com essa sentença me tiraram do jogo, podem saber que eu tô no jogo. A partir de agora vou reivindicar do PT o direito de me colocar como postulante na candidatura à presidência. (...) Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara. Somente quem pode decretar o meu fim é o povo brasileiro”, declarou sob aplausos da militância.

Lula criticou o posicionamento do juiz que o condenou e repetidas vezes falou sobre a sua atuação. “Moro não deve prestar contas pra mim, mas para a história. (...) A Justiça não pode tomar decisões políticas, mas baseado nos autos”, falou.

Veja a sentença na íntegra.

LULA SE DECLARA INOCENTE

O ex-presidente criticou a decisão feita, segundo a avaliação dele, com insuficiência de provas. Ele é acusado ter recebido e ocultado uma cobertura tríplex no Guarujá. A propriedade seria pagamento de propina da empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobrás.

“A única prova é a prova da minha inocência. Quero fazer um apelo à imprensa e à sociedade brasileira que apresente uma prova contra mim. (...) “Eu ficaria mais feliz se fosse condenado com base em uma prova. O que me deixa indignado é você perceber que está sendo vítima de um grupo de pessoas que contaram uma primeira mentira e vão passar a vida toda mentido para justificar a primeira mentira”, disse.

A primeira mentira seria, segundo ele, a acusação de que ele é dono do tríplex no Guarujá, no litoral paulista.

O ex-presidente afirmou que vai recorrer em todas as instâncias contra a decisão e afirmou que deveria inclusive processar sentença no Conselho Nacional de Justiça. Ele conclamou ainda os presentes na defesa por eleições diretas.