Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Apesar de intensa manifestação nos últimos dias, desde que a votação da PEC 03/2016 foi anunciada, a proposta de emenda enviada pelo governo Wellington Dias (PT) à Assembleia Legislativa foi aprovada na manhã desta segunda-feira (26). A proposta do governo do estado previa um teto a ser fixado para os gastos públicos pelo período de 10 anos, com base na receita corrente líquida do Piauí.

A diretora licenciada do Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm), Luciane Santos, em conversa com o Política Dinâmica, disse que a PEC é “uma traição de classes” do PT, partido do governador Wellington Dias.

Veja o vídeo em que a diretora comenta o dia da votação da PEC 03/2016:

O diretor regional do ANDES-SN, Daniel Solon, viu com revolta as grades e o forte esquema de segurança que barrou a entrada de manifestantes e imprensa. Ele disse que “é revoltante ver o governo que se diz democrático, popular, receber os trabalhadores da forma como está sendo feito”.

Para ele, o governo Wellington Dias é autoritário e impôs a proposta de emenda “sem nenhum diálogo com a sociedade”, repetindo a “mesma lógica” da PEC proposta pelo presidente Michel Temer. Disse ainda que, na prática, a PEC foi levada à Alepi “para garantir um caixa extra para o pagamento de juros da dívida pública e para os empreiteiros”, que seriam grandes beneficiados, segundo ele.

“Ao mesmo tempo que diz que é pra gastar menos, essa PEC, ele está usando o dinheiro público próximo para fazer uma grande campanha de mídia. Se a PEC fosse boa estaria aberta a Assembleia Legislativa, não teria nenhum aparato. A gente repudia a postura do governo e também dos deputados, que não deveriam aceitar esse tipo de coisa. Isso mostra o grau de submissão que é o Legislativo aos ditames do governo. Deveria ser algo independente, aquela história da independência dos três poderes. Na verdade, a gente vê a total submissão da Assembleia Legislativa ao que quer aprovar o governo do estado”, disse Daniel Solon.