Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Na última semana, o governador Wellington Dias (PT) foi à Brasília para buscar a intermediação do Supremo Tribunal Federal na questão da privatização da Eletrobrás. Ele quer evitar que a venda da distribuidora seja efetivada pelo governo federal, atual controlador da empresa. Wellington relatou ao Política Dinâmica como está caminhando essa questão.

“Nós tivemos junto ao Supremo mostrando o prejuízo que tem ao estado do Piauí a forma, eu diria atabalhoada, sem muita discussão desse processo. No caso específico do Piauí há um problema que é diferente dos outros estados brasileiros. Nós temos uma empresa estadual, a Cepisa, foi federalizada e o governo ainda hoje não pagou. Como é que você vai vender o que ainda não pagou?”, questionou.

Segundo os cálculos feitos pelo governo, a União ainda deve ao Piauí R$ 800 milhões ao Piauí. Ele diz que não é razoável permitir a venda da Eletrobrás, já que o Piauí desembolsou cerca de R$ 700 milhões para saldar uma dívida e que “se fosse a leilão nesse instante a nossa Cepisa teria valor de R$ 1”. “O povo do Piauí pagou essa conta para entregar uma empresa sem dívidas para a União”, disse.

Wellington critica ainda o momento escolhido para a privatização.

“O momento também é muito inadequado. Por isso que o Fórum dos Governadores do Nordeste tirou uma posição contrária à privatização nesse compasso que está sendo feito, em relação à setores estratégicos”, enfatizou.

O governador afirma que o governo federal já sinaliza que irá finalmente saldar a dívida. “O ministro das Minas e Energia reconhece que é uma situação particular dentro do Brasil e já abriu com o BNDES e outras áreas do governo a necessidade de regularizar essa situação com o Piauí”, assinalou.