por Lídia Brito

Após desembarcar em Teresina e enfrentar a manifestação de um grupo contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Elmano Ferrer concedeu entrevista ao Política Dinâmica e falou do PTB e da relação com PT. O senador confirma que a decisão de votar pela admissibilidade "arranhou” a relação com o PT no Piauí.

Na entrevista, ele diz acreditar que o tempo irá resolver o impasse e avalia que PTB e PT deverão caminhar juntos na eleição deste ano, em Teresina. Elmano afirma que o pré-candidato da sigla, jornalista Amadeu Campos, e o presidente do diretório municipal, vereador Paulo Roberto da Iluminação, são os responsáveis por conversar com os petistas na capital.

CANDIDATURA IRREVERSÍVEL

Elmano garante que a candidatura de Amadeu é irreversível e nega que o partido estivesse discutindo a possibilidade de apoiar o deputado Dr. Pessoa ainda no primeiro turno. Ele diz acreditar que há uma tentativa dos adversários para desqualificar a pré-campanha de Amadeu.

“Eu não posso andar com o Amadeu em todo lugar porque sou senador. Quando eu não estou, o Paulo Roberto e o Fábio Abreu o acompanham. Existe a legislação eleitoral e isso nos proíbe de fazer eventos agora. Tudo vai ocorrer na hora certa. Amadeu é nosso pré-candidato e só tem crescido. Vamos esperar o momento certo das convenções para oficializar isso. Agora não é possível. O resto é boato”, disse.

ALVO DE PROTESTOS

Para o senador, o protesto no aeroporto de Teresina contra a decisão dele de votar a favor do andamento do processo de impeachment, significa que existe democracia no país. “Toda decisão tem uma reação. Tomei a minha e sabia que não iria agradar a todos. Vejo com naturalidade o protesto daquele grupo porque as pessoas são livres para manifestar neste país. Isso é democracia. Da mesmo forma que sou livre para votar como achar melhor”, disse.

Ao Política Dinâmica, ele revelou que espera o resultado de uma pesquisa que vem sendo feita nos 10 municípios do Piauí onde ele foi mais votado. Ele quer saber se os piauienses são a favor ou contra o impeachment. Mas ele se recusou a comentar se o resultado pode alterar o voto. “Não quero mais falar sobre esse assunto. Vamos deixar o processo correr”, disse.

RELAÇÃO COM WELLINGTON

Elmano afirma que teve uma longa conversa com o governador Wellington Dias (PT) e espera que ele tenha entendido os motivos que o levaram a votar pela admissibilidade do processo de impeachment.

“O PTB continua no governo. Temos secretários em várias pastas, como o próprio Fábio Abreu na segurança, e tudo continua da mesma forma. O governador não falou nada sobre a relação no estado. A questão nacional não altera nada aqui. A relação com o PT foi arranhada, mas o tempo cura tudo”, comentou.