“O DISTRITÃO SERÁ A MORTE DAS COTAS E MINORIAS”, AFIRMA MARGARETE COELHO

"Vamos fazer uma forma de governo em que os grupos hegemônicos vão ficar cada vez mais fortes e as minorias cada vez mais fracas", afirma Margarete sobre o "distritão" (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

A governadora em exercício Margarete Coelho (PP) tem uma postura crítica em relação às reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB), em especial a reforma política. Para ela, o fim das coligações já resolveria grande parte dos problemas ocasionados pela forma como o sistema político funciona atualmente.

Margarete critica especificamente a proposta do “distritão”, onde os candidatos mais votados são eleitos, não havendo espaço para os chamados “puxadores de voto” – aqueles candidatos eleitos com expressiva votação e que ajudam outros colegas de coligação a se elegerem também. Este sistema seria uma ponte para implantar o sistema distrital misto, onde metade das cadeiras seria preenchida pela lista fechada e a outra metade, por candidatos mais votados por região.

“Precisamos nos mobilizar cada vez mais em torno dessa pauta e precisamos também da contribuição do legislador, no sentido de manter esses avanços, principalmente nesse momento em que se fala numa reforma política com possibilidade de passar o distritão, que será a morte das cotas e minorias. Vamos fazer uma forma de governo em que os grupos hegemônicos vão ficar cada vez mais fortes e as minorias cada vez mais fracas”, assinala.

A MULHER NA POLÍTICA

A reportagem do Política Dinâmica também conversou com a progressista sobre a atuação da mulher na política. Este tema tem se tornado agenda permanente nos debates políticos, mas ainda se observa uma disparidade entre a participação de homens e mulheres. Margarete reforça a necessidade de manter as conquistas e avançar ainda mais. Ela também reconhece que as limitações colocadas pelo papel dado culturalmente à mulher – de dona de casa – dificulta essa participação.

“Precisamos de muitas políticas públicas, a fim de que a mulher deixe de ser aquela exclusivamente responsável pelo lar. Precisamos que os homens, nossos parceiros, reconheçam o seu lugar também nas atividades domésticas pra sobrar mais tempo, porque em política nós precisamos de tempo. (...) A gente precisa estar atenta para que alguns avanços que nós conseguimos, por menores que sejam, se mantenham e a gente avance cada vez mais”, finaliza.

Atualmente, existe uma cota de participação feminina nas eleições, onde cada partido deve apresentar 30% de mulheres entre os candidatos. No entanto, se observa que estes mesmos partidos tem burlado a legislação, colocando “candidatas laranjas”, apenas para cumprir a cota.

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