Por Ananda Oliveira e Marcos Melo
O anúncio de reajuste salarial de 6,29% para os cargos relacionados à Segurança Pública do Piauí – agentes penitenciários, agentes da Polícia Civil, delegados escrivães, peritos criminais e policiais militares – não deixou a categoria satisfeita. Quem afirma é o vereador R. Silva (PP).
O parlamentar usou a tribuna da Câmara Municipal de Teresina, na manhã desta quinta-feira (20), para reclamar do tratamento dado à Polícia Militar pelo governo do Estado no que diz respeito a questão salarial. Aliás, o vereador vem criticando sistematicamente a gestão de Wellington Dias em várias áreas.
“Na história dos governadores do Piauí, nenhum governo conseguiu fazer uma política salarial tão ruim quanto o governo atual”, criticou R. Silva, que classificou ainda a política de segurança pública do estado como “rasteira”. Ele elogiou a política salarial empreendida no governo Wilson Martins.
O ponto que gera mais incômodo para o vereador é o impacto gerado na “base” da hierarquia militar – os cabos, soldados, subtenentes e sargentos. Para ele, os “pequenos” são os mais prejudicados pelo reajuste. “6% para um soldado não dá nem R$ 150”, afirmou durante discurso na tribuna da Câmara.
“FOI UMA DECISÃO DO PRÓPRIO GOVERNADOR”, DIZ R. SILVA
O secretário de Segurança Pública do Estado, Fábio Abreu, já havia declarado que o governador apresentaria uma proposta para a categoria. Já o vereador R. Silva afirmou que o governador Wellington Dias não ouviu as associações da Polícia Militar e não levou ao conhecimento da classe tais propostas, antes de anunciar o reajuste.
“Nós apresentamos uma proposta para o governo do Estado há mais de um mês. Houve audiência no comando da PM, houve audiência com o secretário de Segurança e com o secretário de Administração. Eles garantiram que a partir do 30 deste mês iriam apresentar uma contraproposta e nós fomos pegos de surpresa, e uma surpresa negativa, do governo ter anunciado o acréscimo sem ter apresentado a proposta”, declarou ao Política Dinâmica.
REIVINDICAÇÕES
A categoria pede a correção da inflação de 2015 que, segundo ele, foi acima de 10%. “Vamos continuar cobrando do Governo do Estado a correção de 2015 e um reajuste para 2018 e 2019”, ano eleitoral e pós eleitoral, respectivamente. Por esta razão, R. Silva afirma que nestes dois anos não serão dados reajustes e é conveniente fazê-lo ainda este ano.
“Ele precisa agora, em 2017, pagar todo o atrasado que ele deve, que é um percentual de 18% para a categoria. Nós precisamos ter um reajuste entre 20% e 25% para 2018 e 2019”, pontuou.
O parlamentar disse ainda que o governo tem concedido reajustes para outras categorias e deixado de lado a Segurança Pública, em especial a Polícia Militar, que segue com salários “congelados”.
Na tarde desta quinta-feira as associações de cabos, soldados, subtenentes e sargentos da Polícia Militar se reunirão para discutir as reivindicações da categoria, bem como estratégias para continuar cobrando o reajuste ao governo.
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