Por Ananda Oliveira e Marcos Melo
Apesar de pertencer à base governista, o deputado federal Heráclito Fortes (PSB) criticou a proposta que visa a instauração de um regime de governo semipresidencialista, onde se pretende mesclar o modelo presidencial com o parlamentarismo. A ideia é defendida pelo presidente Michel Temer (PMDB) e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes. Em entrevista à Globo News essa semana, Heráclito rechaçou a proposta.
“Você corre o risco de transformar o presidente da República em uma rainha da Inglaterra. Ele não foi eleito pra isso. Foi eleito para ser um vice-presidente e depois um presidente da República pelo sistema presidencialista e tem que levar isso até o fim”, declarou o pessebista.
O presidente enfrenta, assim, problemas dentro da própria base aliada. A justificativa de Temer para defender o modelo é simples: os governos brasileiros, historicamente, já precisam de apoio no parlamento para aprovar seus projetos. Assim, não haveria alteração tão radical na forma de conduzir o governo.
O Brasil é um país onde se pratica o chamado presidencialismo de coalizão, baseado em acordos e alianças políticas entre diferentes siglas partidárias. É por meio da coalizão que o governo consegue a maioria parlamentar de que precisa para aprovar medidas de seu interesse. Normalmente, esses acordos são realizados em troca de cargos na estrutura administrativa.
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