O governo do Piauí é suspeito de grampear conversas telefônicas de políticos da oposição, jornalistas, membros do Ministério Público Estadual e advogados. A informação foi trazida pelo jornal Diário do Povo desta segunda-feira (15). O jornal lembra que a Procuradoria-Geral da República está investigando a existência de um serviço de grampos no Mato Grosso e informa que no Piauí existem suspeitas de um trabalho semelhante.

Conforme a reportagem, as gravações são feitas de conversas telefônicas de deputados da oposição, adversários do governo e até membros do MP-PI. Segundo o jornal, alguns deputados já comentaram a existência do caso na Secretaria de Segurança. Para que o Núcleo de Investigação inicie uma apuração do caso, é preciso haver solicitação do Poder Judiciário.

Um parlamentar estadual que não quis ter o nome revelado disse ao jornal que “queriam oficializar isso naquele malfadado projeto de reestruturação da Polícia Militar, criando uma diretoria de Inteligência. Mas estão conseguindo pela via indireta. Na Inteligência da Secretaria de Segurança, quem comanda é um major, aos olhares de delegados subservientes”, afirmou.

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí, Andrea Magalhães, diz que se o caso estiver ocorrendo é crime e o responsável deve ser preso. Ela afirmou ainda que o Núcleo de Inteligência não pode ter policial militar. Segundo ela, somente a Polícia Civil é responsável por investigações e as gravações telefônicas devem ser autorizadas pela Justiça.

SECRETARIA DE SEGURANÇA NEGA
Ao jornal, o secretário de Segurança Pública do Piauí, Fábio Abreu, declarou que o fato é mentiroso e que as denúncias não têm fundamento. Ele ainda desmentiu a informação de que um major comanda o Núcleo de Inteligência. Abreu disse que o chefe do núcleo é comandado pelo delegado Carlos Cesar Camelo, mas que existem policiais militares trabalhando lá.

Ao Política Dinâmica, a Secretaria de Segurança lembrou que qualquer investigação com interceptação telefônica só ocorre mediante autorização do Tribunal de Justiça do Piauí e que desconhece qualquer tipo de ação contra deputados estaduais.