FLÁVIO DINO GANHA MAIS ESPAÇO

A polarização para disputa à presidência do Brasil em 2022 tem se intensificado entre dois pré-candidatos que prometem fazer de “quase tudo” para conseguir o máximo de aliados. Se o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito de tudo e até quebrado uma de suas promessas de campanha em não se alinhar com os políticos cacique do Centrão, por outro lado o ex-presidente e agora “ex-condenado” Luís Inácio Lula da Silva tem feito o mesmo caminho e tentado de tudo para encorpar sua pré-candidatura tida como a única capaz de derrotar o "bolsonarismo".

Antes fora de combate, o ex-presidente Lula deixou terreno para o surgimento de novas lideranças da esquerda a nível nacional. Um desses seria Fernando Haddad (PT), mas o mesmo ficou marcado pela derrota para o próprio Bolsonaro nas eleições de 2018, mesmo tendo um dos responsáveis do resultado sido o próprio ex-presidente que iludiu ao máximo a população de que ele seria o candidato, inviabiliza o político que agora passar ser mais um papagaio de pirata que ficará ao lado da campanha do protagonista do PT.  

Com Lula fora do páreo até pouco tempo, o que se viu foi líderes petistas e simpatizantes da esquerda se remexerem a todo custo para aparecer na mídia nacional e “arrendar” o espaço deixado até então aberto. Foi desta forma que apareceu os governadores da Bahia, Rui Costa (PT), o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e Flávio Dino, governador do Maranhão (PSB).

Lula e governadores do Nordeste ainda em 2018

Lula e governadores do Nordeste na última pré-campanha para presidência.  

A Pandemia e a falta de oficialização na compra de vacinas para População pelo Governo Bolsonaro, ainda em 2020, deu margem para os governadores, principalmente do Nordeste, se articularem e usarem a inoperância do Ministério da Saúde como trampolim para se projetarem na mídia nacional.

FÓRUM AINDA NÃO VINGOU

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), logo que se firmou na presidência do Consórcio dos Governadores do Nordeste, anunciou que o grupo de estados estava negociando diretamente com a Rússia a compra de milhões de doses do imunizante Sputnik V. Porém, apesar do anúncio ainda no início do ano e autorização da Anvisa meses depois, até agora não chegou uma única dose do imunizante ao braço de um cidadão piauiense ou de qualquer outro lugar do país.

Reunião do Fórum dos governadores do Nordeste

Por outro lado, com promessas menos milagrosas e apenas com o discurso opositor mais ferrenho, o governador piauiense tem visto o crescimento a nível nacional do seu aliado vizinho, o Governador do Maranhão, Flavio Dino (PSB). O governador, agora se mostra como um dos nomes de maior força dentro do seu novo partido, o PSB, que agora pode vislumbrar uma coadjuvante candidatura própria à presidência em 2022 ou ter um dos papeis principais no pleito, se colocando como um dos nomes possíveis e viáveis para uma aliança centro-esquerda com Lula.  O ex-presidente petista teria sido que custou essa ida de Flávio Dino e do deputado federal Marcelo Freixo ao PSB.

Para quem não sabe, Freixo já se coloca como pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro, eleitorado que interessa muito ao ex-presidente. Já Flávio Dino, além de ser visto com um dos governadores mais aguerridos contra o bolsonarismo, tem se destacado nas ações de seu governo no Estado do Maranhão que pode servir de vitrine e o colocam como um dos preteridos na disputa de formação de chapa como pré-candidato à vice-presidente ao lado do Lula.

O nome do governador tem sido até procurado por outros pré-candidatos à presidência, por conta disso, o líder do PT tratou logo de usar sua articulação política para garantir que Dino esteja em sua campanha do próximo ano.

Foto: Lula e Flávio Dino| Foto: Ricardo Stuckert/Twitter/Lula

E O WELLINGTON ONDE FICA

Ainda com nome respeitado no Partido Dos Trabalhadores, o governador Wellington Dias (PT), sem ter conseguido uma projeção nacional que o viabilizasse como um pré-candidato a vice do ex-presidente Lula, agora resta-o tratar das eleições a nível estadual. Aqui no Estado, Wellington se desdobra para impor as lideranças no interior a “figura engomada” do seu secretário de Fazenda, Rafael Fonteles (PT), que já figura como pré-candidato. O secretário também já protagoniza o anúncio milenar de obras prometidas só agora, às vésperas da campanha, por todo estado do Piauí.

Além de viabilizar a continuação do governo PT à frente do Piauí por mais quatro anos, Dias terá que trabalhar em sua eleição para o senado. Porém, vale lembrar que neste próximo pleito terá apenas uma vaga para senador e Wellington poderá ter pela frente um adversário com total apoio do senador Ciro Nogueira (PP) que também vislumbrar acabar com a hegemonia do PT a frente do Governador do Estado.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por essas e outras, o governador agora deve deixar mais de lado a “briga de cachorro grande” a nível nacional e focar na luta pela sua hegemonia no estado do Piauí, tendo ainda que saber aproveitar a figura “não mais tão indiscutível” do ex-presidente Lula.

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