por Lídia Brito

O secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, concedeu entrevista ao Política Dinâmica na manhã desta segunda-feira (06). Enquanto aguardava o governador, Wellington Dias (PT), para uma audiência, no Palácio de Karnak, ele falou sobre as críticas que tem recebido e negou que o Piauí esteja passando por uma onda de violência, apesar dos assaltos a bancos e a caixas eletrônicos.

Segundo ele, esses são problemas pontuais. Fábio Abreu afirma que o Piauí é o estado mais seguro do país e reagiu às críticas dos deputados do estado sobre o trabalho desempenhado na secretaria de Segurança.

Para o secretário, tem deputado falando demais e ajudando pouco. Ele cobra que os parlamentares insatisfeitos ajudem com a indicação de emendas para a segurança. “Tem muito parlamentar falando em segurança, mas na hora de ajudar não destina nenhuma emenda. Alguns criticam muito e ajudam pouco. Temos abertura para essas verbas de emenda para ajudar o orçamento, mas poucos são os que ajudam”, disse.

O orçamento para a segurança teve um aumento de 10%, em 2017, ficando em R$ 574 milhões. Mas, segundo o secretário, esse valor ainda é pouco para a realização de investimentos, já que mais da metade dos recursos é aplicada na folha de pagamento da pasta.

ALVO DE CRÍTICAS

O deputado Robert Rios (PDT), líder da oposição, que já foi secretário de segurança, tem usado as redes sociais para criticar a segurança do Estado. Segundo ele, se vive um período de caos.

“A segurança é um caos, nunca se matou tanto no Piauí. Não tem um pai de família, não tem uma mãe de família que não esteja preocupado com seus filhos. Nunca se se matou tanto no Piauí. Nunca tantos jovens, adolescentes, crianças foram tão abandonadas. Não tem qualquer atrativo na educação para que as pessoas permanecem em sala de aula. A nossa saúde tão horrorosa. O medo do Wellington de perder eleição é muito grande ele está apavorado. Estou estarrecido com essa strip-tease político do governador do Piauí”, disse.

Fábio Abreu reagiu às críticas. “Entendemos que alguns parlamentares poderiam ajudar mais. Mais não posso cobrar ninguém porque sei que o parlamentar tem sua linha de ação, prioridades. Respeito cada um até mesmo porque é uma área que a maioria não tem como bandeira principal. Pode criticar, mas se pode ajudar também”, comentou.

O secretário também já foi alvo de críticas do deputado Firmino Paulo (PSDB), que é delegado. Ao Política Dinâmica, o deputado afirmou que a insegurança é hoje a principal reclamação da população. “O grande problema é na segurança. A população que está saindo para trabalhar, que está nas ruas, na escola e nos ônibus não está tendo sossego. Tem aumentado assustadoramente esses índices e nós não estamos vendo nenhuma providência nessa área”, falou.

NÃO EXISTE “ONDA” DE VIOLÊNCIA

Sobre a sensação de insegurança, provocada pelos assaltos a bancos e à caixas eletrônicos, Abreu discorda que exista uma “onda de insegurança. “As pessoas criam algumas denominações como “onda de violência”, Eu entendo que onda é o que ocorre em outros estados que lideram o ranking de violência no país. Enquanto nós tivemos 16 roubos a caixa eletrônicos, em Teresina, no ano passado, em São Paulo, foram 26 em um único dia. Em Pernambuco nem se fala. Se compararmos com outros estados, aqui mesmo do Nordeste, somos o estado mais seguro”, disse.