ELEIÇÕES DE 2022 SOB RISCO

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou para apoiadores na saído do Palácio do Alvorada e voltou a causar polêmica ao se referir as últimas pesquisas de intenção de voto para presidência em 2022, onde mais uma vez aparece como derrotado pelo ex-presidente Lula (PT). “Já tá certo quem vai ser presidente o ano que vem. A gente vai deixar entregar?” questiona o presidente aos apoiadores.

Os números da pesquisa DataFolha feita nessa quarta-feira (7) e quinta-feira (8) com divulgação nesta sexta-feira (9) parecem ter desagradado o presidente Jair Bolsonaro. O levantamento que ouviu 2.074 eleitores presencialmente pelo Brasil, o ex-presidente Lula lidera nos dois cenários apresentados na pesquisa ao eleito e em todas simulações de disputa de segundo turno, sendo que na que enfrenta Bolsonaro aponta que venceria por 58% a 31% o atual presidente.

Bolsonaro em conversa com apoiadores na saída do Alvorada. Foto: EVARISTO SA / AFP

Em seu discurso no Alvorada, o presidente voltou a amealhar o processo democrático brasileiro, e sem apresentar provas, afirmou que a fraude eleitoral está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele atacou ainda o presidente da corte do TSE e ministro do STF, Luíz Robero Barroso, o adjetivando como “idiota” e “imbecil”. O presidente voltou a insistir que houve fraude no processo eleitoral de 2014, alegando que Aécio Neves (PSDB) teria vencido o pleito contra Dilma Rousseff (PT), sendo que o próprio Aécio já disse acreditar que não houve qualquer fraude.

Segundo reportagem online da Folha, o presidente ainda criticou o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, reafirmando as ameaças que, no sistema atual, o Brasil poderá não ter eleições em 2022. “É fraude, é roubalheiras. Vocês acham que o Renan Calheiros, por exemplo, se pudesse fraudar a votação ele fraudaria pelo caráter que ele tem? A única forma de bandidos como Renan Calheiros se perpetuarem na política, entre outros que estão do lado dele, o nove dedos, é com fraude”, disse Bolsonaro, referindo-se de forma pejorativa à Lula.

O presidente voltou a afirmar o que disse na quinta-feira (8) quando afirmou que “ou se fazem eleições limpas ou em 2022 não tem eleições”. Já na manhã desta sexta-feira (9), Bolsonaro repetiu dizendo que “não tenho medo de eleições, entrego a faixa para quem ganhar, no voto auditável e confiável. Dessa forma [atual], corremos o risco de não termos eleição no ano que vem”, afirmou.  

As declarações do presidente podem mais uma vez inflamar as relações do Palácio do Alvorada com os outros poderes como o Judiciário.

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