ELE GOSTA É DE CACIQUES... ...POLÍTICOS!

Ontem foi dia 19 de abril, Dia do Índio. Até aqui, o Piauí já vacinou proporcionalmente mais índios que os demais grupos da população. São mais de 21,7% de vacinados com pelo menos a primeira dose de imunizante entre os indígenas contra 11,06% do total de piauienses. Mas não se engane: no estado governador pelo "índio mais esperto do Brasil", o cuidado com os primeiros povos do Piauí passa longe de ser prioridade.

O "índio mais esperto do Brasil" segundo Lula: Wellington valoriza mesmo são os caciques políticos de seu governo (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

A vacinação no Piauí começou no dia 26 de janeiro de 2021. No dia 5 de abril, 330 mil doses já haviam sido aplicadas, nenhuma delas em índios. Seria assim num estado governado por um índio de verdade?

A vacinação mais acelerada se deu por cobranças públicas de lideranças indígenas pela inclusão de índios nos grupos prioritários. Deveriam cobrar mais, muito além da vacinação urgente. A cara do governo de Wellington Dias é o descaso social com vários segmentos da nossa população.

INVESTIMENTOS

Segundo estimativas do Governo do Estado, existe algo em torno de 6 mil índios distribuídos em 36 municípios do Piauí. Para termos uma ideia desse descaso com indígenas, vamos ao Orçamento Geral do Estado.  

No planejamento de 2021, indígenas são citados duas vezes. Mulheres indígenas seriam beneficiárias de um programa de autonomia intelectual, social e econômica. Esse programa pertence à Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e tem orçamento de R$ 300 mil reais para o ano todo. Mas além das mulheres indígenas, o programa atende mulheres em situação de vulnerabilidade, quilombolas, mulheres encarceradas e prostitutas.

Indígenas são citados em outro programa da Secretaria de Assistência Social. Este, para promover os direitos humanos de indígenas, povos de terreiros, quilombolas, LGBTQI, população negra, migrante, moradores de rua) e enfrentamento a tortura e ao trabalho escravo. Para esse pessoal todo, o valor do programa é de R$ 539 mil.

É O BASTANTE?

Para saber se é muito ou pouco dinheiro, só comparando. O governo de Wellington Dias destinou no total R$ 839 mil para esses dois programas. Mas ao mesmo tempo, cada suplente que Wellington Dias convocou para a Assembleia Legislativa implica em um gasto direto de R$ 25 mil de salário. Uma boa ajuda para caciques políticos que perderam as eleições de 2018.

As lideranças indígenas deveriam visitar o governo no período de votação do Orçamento Geral; suplentes recebem mais em salários que povos indígenas em programas sociais (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica)

Atualmente são oito os deputados suplentes, a um custo de R$ 200 mil por mês em salários e totalizando um gasto anual de R$ 2,6 milhões.

Para promover algum tipo de cidadania em dois programas de governo para milhares de índios, negros, quilombolas, e piauienses de outros segmentos sociais, Wellington investe menos de um terço do que gasta com apenas 8 deputados suplentes.

No Piauí, tem muito cacique para pouco índio mesmo.

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