por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

O diretor nacional de ensino da Academia Nacional de Formação de Guardas Municipais do Brasil e membro do Conselho Nacional dos Guardas Municipais, Izdalfredo Nogueira, em Teresina para participar de um encontro realizado pelo PTB, fez duras críticas à Guarda Municipal recém instaurada em Teresina. Para Izdalfredo, os problemas começaram com o treinamento dos agentes, que segundo ele, “foi técnico, mas faltou vários pontos importantes”. Ele contestou ainda o número do efetivo e se colocou ao lado dos demais concursado.

“Especificado na Lei, diz que o município de Teresina deverá ter 0,2% da sua população em guardas municipais. Ou seja, se são oitocentos mil pessoas, precisa-se de um efetivo de pelo menos mil e seiscentos guardas municipais. A contabilidade é mil habitantes por guarda. Com cinquenta guardas, você não tem nem o suficiente para dois postos de trabalho”, defendeu.

Sobre a atuação da guarda, Izdalfredo afirma que a proteção patrimonial é apenas um quesito entre tantos que podem ser abordados pelos guardas. Segundo ele, a guarda não existe se não cumprir a proteção da vida. “Ela atua diretamente na proteção sistêmica da população. [...] Os princípios norteadores da atuação da Guarda Municipal estão na lei, que são a preservação da vida. Preservação da vida de quem? Parede não tem vida. A lei prevê o que o prefeito tem que cumprir. Se esse organismo não fizer isso, a guarda não vai estar atuando”, completa, finalizando que os profissionais poderão ser subutilizados.

“Nós fazemos atuação também junto aos programas de governo. Essa guarda não é guarda que vocês têm. O plano dele [prefeito] é tomar conta de patrimônio pública e de parede. E eu não vejo vantagem se colocar investimento desse em material humano, com uma competência por lei muito mais ampla, e você não vai saber usar, subutilizando esses servidores”, conclui.