Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O retorno do trabalhos na Câmara Municipal de Teresina já acontece com certo descontentamento. O que tem incomodado é a forma como as discussões são conduzidas. Aparentemente, as falas tem perdido o tom e focado em detalhes menos importantes da gestão e vida pública. É o que alega o vereador Deolindo Moura (PT).

Iniciando o segundo semestre como parlamentar, o parlamentar parece não gostar do tom dos debates na Casa. E com razão. Para ele, “a Câmara prefere vendar seus olhos e fazer ataques meramente políticos e desrespeitosos”. Ele reclamou, e não apenas uma vez, que certos debates estão no “submundo” e não são verdadeiramente importantes. Vazios, portanto. No aparte à fala do vereador Nilson Cavalcante (PT do B), o petista se referia às críticas ao governador Wellington Dias (PT), mas o cerne da questão se aplica a outros tantos casos, seja no Piauí ou Brasil afora.

Muitas vezes, o que se observa nas Casas Legislativas é o revanchismo posto acima do bem comum, debates importantes esvaziados em virtude de partidarismos exacerbados, preferências pessoais e juízos de valor embasando decisões importantes que deveriam ater-se a critérios técnicos. É quando o partido político, a religião e a ideologia guiam projetos absurdos que se tornam lei e irão reger uma parcela da vida em sociedade. Além disso, vemos surgir críticas despreparadas, como aquela do senador Zezé Perrella (PMDB) à senadora Regina Sousa (PT), que duvidou da sua capacidade de leitura.

Era de se esperar que os debates realizados em torno dessas questões e as justificativas dos posicionamentos fossem melhor embasadas, mais criteriosas, ponderadas. Mas o que vemos – com as claras exceções, lógico, e como sabiamente apontou o vereador – são trocas de farpas entre legisladores. Que nessa volta todos eles – vereadores, deputados e senadores – repensem tais questões.

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