CONTRA-ATAQUE DE RAFAEL

Demorou para que o secretário de Fazenda Rafael Fonteles (PT) respondesse o ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira (PROGRESSISTAS). No último sábado (5), o senador mandou um recado agressivo à base governista no lançamento da pré-candidatura de Sílvio Mentes (PSDB): quem não estiver com ele, vai estar contra ele. 

O pré-candidato a governador petista, por outro lado, demonstrou que deve seguir por outra linha, mais calma, embora políticos ouvidos pelo Política Dinâmica tenham avaliado que o contra-ataque deveria ter sido publicado no mesmo dia.

As palavras de Ciro contra Rafael foram pesadas. O apontou como líder de um suposto esquema de propina em operação dentro do governo de Wellington Dias (PT). O ministro completou citando licitações que o sogro e amigos de Rafael ganharam nas duas últimas gestões de Wellington para executar obras.

ALMA ANGUSTIADA

Rafael revidou os ataques de Ciro com um pouco de reza – como se o próprio Wellington Dias tivesse escrito parte da postagem – e apontou o dedo para a denúncia feita pelo senador Marcelo Castro (MDB) na última semana, que acusou Ciro de ter vetado recursos federais para aplicação em Teresina. Não sem antes tentar colar a imagem de Ciro com a do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ataque de Ciro, claro, não foi gratuito: demonizar Rafael é uma maneira de buscar tirar a imagem de Lula da campanha, centrando esforços na comparação direta entre Rafael e Silvio Mendes (PSDB), sem cenário nacional.

E Ciro pode falar o que quiser, afinal, ele não é o candidato.

O discurso agressivo de Ciro Nogueira: a intimidação vai fazer parte da campanha desde o seu início (foto: Jailson Soares | PD)

Já a demora na resposta de Rafael revela que ainda existe alguma hesitação no tom e conteúdo de contra-ataques.

Afinal, para responder na mesma moeda, o petista poderia simplesmente relembrar que pelo menos dois inquéritos da Polícia Federal envolvendo o nome de Ciro ainda circulam no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

Simples.

Acontece que acusar Ciro de ser investigado pela Lava-Jato é, de todo modo, ir contra a narrativa de que o ex-presidente Lula foi preso por perseguição política.

Ciro joga com a convicção de que essa bola, Rafael não levanta para ele cortar.

Coisa que favorece – e muito – Silvio Mendes. Afinal, pode-se ter uma certeza: Ciro não vai parar por aí. 

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