BATE BOCA NA CÂMARA

por Marcos Melo e Gonçalo Naza

Numa sessão que terminou em bate-boca, a Câmara Municipal de Teresina aprovou e, em seguida, reprovou o voto fechado para a eleição da Mesa Diretora e para os vetos do prefeito. O projeto de resolução de autoria do vereador Edvan Silva (PTC) teve que ser votado duas vezes e, da primeira, na contagem dos vereadores, o resultado já havia sido suficiente. 

A primeira votação foi unânime a favor do projeto. Na segunda, 17 vereadores votaram contra o voto secreto. Segundo Edvan, a interferência do prefeito Firmino Filho na gestão de Luiz Lobão (PMDB), presidente da CMT, e junto à base aliada é tão grande que os vereadores mudam de opinião com de acordo com o vento.

Edvan pediu a filmagem do circuito interno de vídeo da Câmara e a degravação da sessão para confirmar o resultado da primeira votação, frisando que a segunda não deveria ter acontecido.


Antônio José Lira (à esquerda) desconfia que o voto secreto tenha sido aprovado inclusive na segunda votação, que nem deveria ter acontecido

O vereador Antônio José Lira pediu a palavra e disparou contra o presidente Luiz Lobão. “Não quero apontar suspeitas, mas a apuração foi confusa. Eu votei e estou indo pra casa sem saber qual foi o resultado. Na primeira o projeto passou. O presidente viu que o projeto passou por descuido e colocou em votação outra vez, rapidamente, e conferiu o resultado contra o voto em dois segundos”, disse.


Graça Amorim (esq.) e Luiz Lobão (dir.) discutiram em voz alta e dedos em riste, ela reclamando do autoritarismo; ele reafirmando sua decisão de fazer outro votação

Após a sessão, a vereadora Graça Amorim (PTB), indignada, saiu falando que Lobão teria manipulado o resultado. E o bate-boca se estendeu até o Salão Nobre da Câmara, no momento que que vereadores tomavam café da manhã. “O projeto passou, foi unânime. Ele ficou, no mínimo, confuso e fez outra votação. Isso não era para acontecer”, frisou.

Luiz Lobão se reservou ao direito de apenas comentar que, pelo teor polêmico da matéria, repetiu a votação para confirmar o voto dos vereadores. Mas não quis gravar entrevistas.

O vereador Edilberto Borges, o Dudu, do PT, disse que se votação para presidente na Casa fosse secreta o presidente dela seria o vereador Edvaldo Marques. “Era o preferido pela maioria dos vereadores. Como a votação é aberta, o prefeito interferiu no processo e ele acabou renunciando a candidatura”, disse, alfinetando o atual presidente.

Abaixo, a lista de como votaram os vereadores na segunda vez em que o projeto foi posto em votação:

CONTRA O VOTO SECRETO

Celene Fernandes (SD)

Edson Melo (PSDB)

Luiz André (PPS)

Thiago Vasconcelos (PSB)

Antônio Aguiar (PTB)

Joninha (PSDB)

Edvaldo Marques (PSB)

Carlos Filho (PTB)

Caio Bucar (PSB)

Major Paulo Roberto (PSD)

Teresa Britto (PV)

Teresinha Medeiros (PPS)

Valdemir Virgino (SD)

A FAVOR DO VOTO SECRETO

Ananias Carvalho (SD)

Edvan Silva (PTC)

Graça Amorim (PTB)

Paulo Roberto Iluminação (PTB)

Antônio José Lira (DEM)

Dudu (PT)

Rosário Bezerra (PT)

Gilberto Paixão (PT)

Cida Santiago (PHS)

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