CIRO E BIVAR NÃO ENTRAM EM ACORDO POR FEDERAÇÃO

Uma publicação do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) anunciou, ontem, o fim das negociações para a formação da federação entre seu partido e o União Brasil. Os entendimentos vinham se arrastando sobretudo porque, dentro do UB, era pequeno o interesse no fechamento de um acordo no qual ficasse atrelado ao PP.

No Twitter, Ciro "jogou a toalha" e disse que federação entre os partidos não vai mais acontecer (foto: reprodução Twitter)

"No que diz respeito ao Progressistas, encerramos as discussões para formação de federação junto com o partido União Brasil", sentenciou Ciro.

As tratativas para a federação vinham desde o segundo semestre de 2022 e chegaram a ter novos capítulos no mês passado, dando a impressão de que seria concretizada. Mas uma série de razões levou ao sepultamento da ideia.

Uma delas é a resistência de diretórios regionais do UB — sobretudo os do Nordeste. Pesou também o protagonismo do líder da bancada na Câmara, Elmar Nascimento (BA), nas interlocuções, que incomodou setores da legenda.

Outra razão contra a formação da federação é que há parlamentares do União Brasil que são oposição ao governo. São esses, por sinal, os principais empecilhos para que a legenda abrace oficialmente a base do Palácio do Planalto, como vem sendo cobrada devido aos postos que detêm na Esplanada — sobretudo depois das denúncias contra dois desses ocupantes, os ministros Juscelino Filho (Comunicação) e Daniela Carneiro (Turismo).

Partidos não chegaram a consenso na hora de dividir as lideranças da nova sigla a ser fundada nos estados brasileiros (foto: reprodução)

O presidente nacional do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), também vinha fazendo pouca força para tirar a federação do papel, principalmente depois que percebeu o baixo apoio à iniciativa na bancada. O parlamentar temia, caso contrariasse o conjunto do partido, perder a liderança na sigla.

Para a lista de barreiras à federação entre UB e PP, contribuiu a proximidade entre Elmar Nascimento e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O líder do União chegou a passar uma lista de adesão, entre os deputados da legenda, para a formação do bloco. Quem assinou o documento se disse constrangido em função da liderança ocupada pelo parlamentar.

BÔNUS

No caso do PP, o interesse em formalizar a federação decorria principalmente do fato de o UB controlar três pastas na Esplanada dos Ministérios. O Progressistas via nessa conexão uma janela de oportunidade para tentar ocupar cargos no segundo e no terceiro escalões. E com um bônus: sem se desgastar com o eleitorado ou expor os setores do partido que aderiram ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de Ciro Nogueira afirmar, na publicação em rede social, que estavam encerradas as negociações sobre a federação, o União Brasil não se manifestou nem colocou um ponto final nas conversas. "Está dependendo muito mais do União do que do PP. Se terminar a semana sem uma decisão, vamos esquecer o assunto", decretou o senador.

Para ele, a formação do bloco entre os dois partidos não seria do interesse do Palácio do Planalto. "O próprio governo poderia até estar atuando para que a federação não acontecesse", desconfia.

Com informações do Correio Braziliense

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