BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO?


por Marcos Melo

“Não sinto nem nunca senti prazer nem de prender, quanto mais de matar. A presença policial terá sempre o papel de prevenir”. É este o pensamento que rege a administração da Secretaria de Segurança, de acordo com o secretário Fábio Abreu (PTB). Em visita ao Política Dinâmica, o deputado federal que já esteve no combate direto à bandidagem nas ruas fala sobre como gerir a Segurança sem infringir as leis. 

Na última semana, após troca de tiros com a Polícia Militar, bandidos suspeitos de assassinar o cabo Raimundo Cunha foram mortos, em um tiroteio que aconteceu no município de Joaquim Pires, na região Norte do Piauí. Segundo a Polícia Militar, a morte dos bandidos não foi resultado de ordem, mas consequência da reação violenta dos suspeitos que estavam fugindo quando perceberam a presença dos policiais. 

O alarde vindo desse resultado acendeu a luz vermelha dos defensores dos Direitos Humanos que estavam de plantão. A Secretaria de Segurança teria liberado os policiais para julgar e condenar bandidos à morte?

Fábio se mostra tranquilo e seguro do trabalho dos policiais. “Nosso objetivo é cumprir a Lei. E ela não diz que é para matar pessoas. O que a Lei diz é que, numa situação de exceção, você, ao se defender, pode inclusive matar. Mas isso não é regra”, avalia. O secretario ressalta que sua orientação para os policiais, tanto da PM quanto na Civil é cumprir a lei, em regra, com a detenção ou prisão do infrator, não o fazendo pagar com a vida. Mas o ex-policial aponta: ser um criminoso, principalmente quando envolvido com gangues e uso e tráfico de drogas é uma escolha muito arriscada. 

"Principalmente quando há o uso de drogas, os bandidos perdem a noção do risco. Deixam de lado até o instinto de auto preservação, pois sabem que se atirarem contra a polícia, ela pode reagir. E mesmo assim, alguns deles fazem isso", considera. 

Mas é possível mostrar resultado sem ultrapassar os limites da Lei? Fábio Abreu diz que sim e não tem a menor dúvida disso. “Com qualificação, aumento do efetivo, investimento em equipamentos e tecnologia de monitoramento”, frisa.

Não passar dos limites implica em ter dinheiro para gastar em Segurança. Resta saber se o Governo do Estado entende isso. 

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