Audiência discute preservação de casas históricas de Teresina

por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

Uma audiência pública foi realizada na manhã desta quinta-feira (09), na Câmara Municipal de Teresina, para debater o problema do desleixo do poder público e de outras esferas de poder com imóveis históricos da cidade de Teresina. Proposta pela vereadora Teresa Britto (PV), a audiência foi sugerida depois que estudantes universitárias ocuparam uma casa da década de 30 que estava sendo destruída no centro da Capital.

“A demolição das casas históricas de nossa cidade não acontece por falta de legislação, mas por falta de fiscalização e punição do Executivo. Vamos insistir nessa luta e cobrar da Prefeitura a preservação desses espaços, que remetem à história de nossa cidade e contribuem para nosso patrimônio cultural”, colocou a vereadora.

Luan é um dos estudantes à frente do movimento pela conservação do patrimônio. (Foto: Divulgação)

Para Luan Rusvell, estudante de arquitetura e membro do Coletivo Frithe, o momento de debate foi proveitoso, uma vez que sustentou a tese de defesa do patrimônio histórico. “A gente mandou encaminhamentos e fomos comtemplados. Conseguimos colocar em pauta algumas alterações da Legislação e fazer valer a criação do Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico”, afirma Luan.

Elane Coutinho, chefe da divisão técnica do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), afirma que o órgão tem feito seu trabalho, mas que a prefeitura tem fechado os olhos e autorizado demolições.Jornalistas apoiam o movimento de preservação.

“Em 2010, fizemos um levantamento e catalogamos cerca de 600 imóveis históricos só no Centro de Teresina. Atualmente, esse número caiu pela metade e isso é resultado de algumas demolições legais autorizadas pela Secretaria Municipal de Planejamento”, declara.

Em contrapartida, a secretária executiva de Planejamento de Teresina, Constância Jacob, coloca que “a Prefeitura reconhece o problema, mas a fiscalização e a preservação não cabem apenas ao Poder Público, é um dever de todos”.

Constância Jacob afirma que a prefeitura trabalhará por Comissão.

DESOCUPAÇÃO

Depois de ficarem por semanas ocupando a casa 1799, da rua Félix Pacheco, no centro de Teresina, os jovens, que criaram o movimento Viva Madalena, deverão deixar o prédio na próxima segunda-feira (13). Mas prometem que a saída deverá ter também um caráter social.

“Nós faremos um grande ato na segunda-feira, marcando a nossa saída da casa. Esse manifesto nos levará até o Primeiro Distrito Policial, aqui no centro, para prestarmos depoimentos pela acusação de termos invadido a casa”, afirma Luan Rusvell.

A Polícia Militar tentou retirar os manifestantes ontem da casa, mas não teve sucesso.

Comente aqui