Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Na noite de ontem (12) a executiva nacional do PSDB esteve reunida em Brasília para decidir se o partido permaneceria na base do governo federal ou deixaria o grupo, assim como tem feito outras agremiações. A decisão mostra, mais uma vez, como a política é dinâmica: apesar das opiniões divididas e previsões contrárias o PSDB permanece aliado ao presidente Michel Temer (PMDB).

Uma dessas previsões foi feita pelo prefeito Firmino Filho (PSDB). O tucano afirmou há poucos dias, em entrevista à imprensa local, que a sigla estaria desconfortável dentro do governo e na sua avaliação a tucanada sairia em debandada. Não foi o que aconteceu. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati, afirmou que "o PSDB está dentro desse governo, com os seus ministros, em nome não do governo, nós não somos defensores do governo, mas estamos em nome da estabilidade e das reformas que são necessárias”.

Vale lembrar que o PSDB comanda quatro ministérios – Relações Exteriores, Secretaria de Governo, Cidades e Direitos Humanos – e deixar fatia tão generosa do governo seria uma decisão um tanto improvável, fazendo uma análise mais ampla. A voz das ruas não são determinantes quando há tantos interesses em jogo. A situação pode estar difícil após a delação da JBS, mas os aliados têm se virado para sustentar.

Outro aspecto apontado como justificativa para a permanência do partido no governo seria uma troca de favores: há quem diga que os tucanos querem o arquivamento do processo de cassação do senador afastado, Aécio Neves, no Conselho de Ética em troca do apoio. O partido nega.

O encontro do PSDB contou também com os quatro ministros do partido, deputados, senadores, governadores – entre os quais Geraldo Alckmin (SP) –, prefeitos de capitais – incluindo João Doria (São Paulo) – e dirigentes regionais. Uma decisão complicada, que dividiu o partido e conseguiu reunir a cúpula e os grandes nomes do PSDB. Estar no governo federal não é pouca coisa não. Eles que não vão pedir pra sair.