PSDB AFASTA AÉCIO NEVES DA PRESIDÊNCIA

Aécio Neves foi afastado do cargo de senador pelo STF (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O PSDB decidiu afastar o senador Aécio Neves da presidência do partido, mas aguardará o áudio da gravação do presidente Michel Temer comprando o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para selar o rompimento com o governo. Os ministros tucanos já estariam de acordo com a decisão.

Para o lugar de Aécio, deve assumir o deputado Carlos Sampaio (SP). Ele será indicado pela bancada do partido na Câmara. Sampaio é vice-presidente jurídico do PSDB e promotor de Justiça.

Atualizado em 13 horas

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu afastar do cargo o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e que aparece, segundo reportagem, em gravação pedindo R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS, que negociam delação premiada.

Também foi afastado, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o deputado Rocha Loures (PMDB-PR), um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer e que teria sido filmado recebendo uma mala de R$ 500 mil.

Há também um mandado de prisão preventiva contra Andrea Neves, irmã do senador, e contra o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Residências de Aécio estão sendo alvo de busca e apreensão na manhã desta quinta (18). Também são alvos da operação o senador Zezé Perrella (PMDB-MG), o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e Altair Alves, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha.

Buscas também são feitas na casa do coronel João Baptista Lima Filho, ligado a Temer. Os mandados foram autorizados pelo STF. Entre os locais de busca, segundo investigadores, estão a residência de Aécio no Rio e em Brasília, de Andrea, no Rio, e o Congresso.

A PF informou que foram expedidos cerca de 40 mandados. Eles estão sendo cumpridos no Rio, Brasilia e Belo Horizonte. Há pelo menos um mandado de prisão. Na noite desta quarta (17), executivos do grupo J&F, proprietário da marca JBS, afirmaram que o senador tucano foi gravado pedindo R4 2 milhões a um dos donos da empresa, Joesley Batista, para pagar sua defesa na Operação Lava Jato.

DELAÇÃO

Aécio e Rocha Loures foram alvos de gravação feitas pelo empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS. A informação foi dada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo”. Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin para selar um acordo de delação premiada na última quarta (10).

A delação aponta que Temer destacou o deputado federal para intermediar interesses do grupo empresarial no Cade, órgão de defesa da concorrência. Desde 2011, ele trabalha com o presidente, quando Temer foi eleito vice na chapa de Dilma Rousseff. Rocha Loures, na época, era chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência.

Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano, em ação filmada pela PF.

A delação da JBS também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como contato da companhia com o PT. A JBS esteve na mira de investigações da Polícia Federal em diferentes frentes desde 2016. Na sexta-feira (12), a PF deflagrou operação sobre supostas irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. O juiz responsável, Ricardo Leite, de Brasília, negou um pedido de prisão contra os donos da empresa.

FONTE: O GLOBO

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