Orçamento não tem conexão com a realidade, diz Levy

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (25) considerar "adequado" o corte de R$ 69,9 bilhões anunciado na sexta-feira (22) pelo governo Dilma Rousseff (PT), mas ainda vê alguns "excessos" que precisam de aprovação do Congresso para serem eliminados. O titular da pasta afirmou ainda que o contigenciamento foi necessário pois as receitas previstas no Orçamento de 2015,proposto pelo Executivo e aprovado há um mês pelos parlamentares, não estão nem próximas do que vem sendo arrecadado neste ano.

"O contingenciamento é uma parte da estratégia [do governo para reequilibrar a economia]. Aliás, ele é necessário porque as receitas previstas no Orçamento que foi aprovado há um mês não têm conexão com a realidade da arrecadação", disse Levy em entrevista a jornalistas em Brasília. "Acho que o contingenciamento tem um valor adequado."

Segundo o ministro, o País vive um "problema de arrecadação". Nos últimos anos, destacou Levy, ela "sistematicamente" não tem atingido as necessidades do governo, que tem dependido de receitas extraordinárias como as obtidas com o Refis - programa de refinanciamento de dívidas tributárias.

Levy argumentou que o governo "cortou na carne" e buscou "naquilo que podia" manter o orçamento de 2015 próximo ao de 2013 - o ano passado, em que Dilma buscava reeleição, registrou um acentuado aumento de despesas -, e indicou que conta com a aprovação do pacote de ajuste fiscal pelo Congresso para reduzir ainda mais os gastos.

"A maior parte do gasto é um gasto determinado por lei, um gasto obrigatório. Esse gasto tem o seu próprio ritmo e o governo não tem como modificá-lo a não ser que se modifique algumas leis. Alías, no caso de alguns excessos, é isso que vem se discutindo no Congresso já há cinco meses."

(Fonte: IG)

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