Testemunhas de acusação falam contra André Vargas

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, vai ouvir seis testemunhas de acusação no processo que envolve o ex-deputado André Vargas (sem partido), preso na 11ª fase da operação, deflagrada em abril deste ano.

Os depoimentos serão colhidos em três audiências marcadas ao longo do dia, sendo que a primeira começa às 9h e a última às 16h. O ex-deputado está preso no Complexo Médico-Legal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Seis das oito testemunhas vão participar através de videoconferência com a Justiça Federal de São Paulo e outras duas por Londrina e Caruaru, em Pernambuco.

Vargas responde desde maio deste ano a uma denúncia de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa que envolve contratos da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde. Segundo o MPF, o crime ocorria através da agência de publicidade Borghi Lowe e da empresa Labogen.

No mesmo processo, também respondem pelos mesmos crimes os irmãos dele Leon Vargas e Milton Vargas, além do publicitário Ricardo Hoffmann.

Foto:  Leonardo Prado/ Câmara dos Deputados

Nova denúncia

Na segunda-feira (29), a Justiça Federal aceitou uma nova denúncia contra André Vargas. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) junto com a esposa, Eidilaine Soares, e o irmão dele, Leon Vargas à Justiça Federal por lavagem de dinheiro.

De acordo com esta denúncia, Vargas, a esposa e Leon compraram um apartamento em Londrina, no norte do Paraná, por cerca de R$ 500 mil. A operação, segundo os procuradores, possui indícios de lavagem de dinheiro, já que o imóvel custaria, na verdade, R$ 980 mil. Conforme as investigações, a família de Vargas adquiriu o imóvel pagando cerca de R$ 320 mil, além de fazer um financiamento para quitar o restante do valor pago ao proprietário.

No entanto, em depoimento, o antigo dono do imóvel afirmou que recebeu os R$ 980 mil de Vargas.

A diferença, afirma o MPF, foi paga informalmente, sem constar nos registros de imóveis ou na declaração de imposto de renda. A Procuradoria diz que o negócio foi feito com a ajuda de Leon, que negociou com a imobiliária, e com a anuência da esposa de André Vargas, que deu o nome para a compra do imóvel.

Os procuradores acreditam que a transação aconteceu para que Vargas pudesse esconder parte do dinheiro que teria recebido como propina de uma agência de publicidade que fechou contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde. Esse suposto caso de corrupção é o que a Justiça apura no primeiro processo contra o ex-deputados, os dois irmãos e o publicitário.

Fonte: G1

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