Oito presos da Lava Jato vão para penitenciária

Oito presos da 14ª fase da Operação Lava Jato, que estavam detidos na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, foram transferidos para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense, por volta das10h deste sábado (25).

Entre eles estão o presidente da Odebrecht S.A, Marcelo Odebrecht, e o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo.

O grupo deixou a Superintendência em uma van e sob escolta policial.

O pedido de transferência foi feito pelo delegado Igor Romário de Paula. Ele alegou dificuldades de espaço para manter os detentos na carceragem. O complexo é uma penitenciária de regime fechado e com finalidades médicas.

Ao acatar o pedido, Sérgio Moro disse que "de fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos".

"Por outro lado, a ala específica do Complexo Médico Penal disponibilizada pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná é local adequado para a acomodação dos presos no sistema prisional estadual, talvez até com melhores condições do que as da carceragem da Polícia Federal", complementou o juiz.

FORAM TRANSFERIDOS

Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da holding Odebrecht S.A.

Alexandrino de Alencar, ex-diretor da Odebrecht

César Ramos Rocha, ex-diretor da Odebrecht

Elton Negrão de Azevedo Júnior - executivo da Andrade Gutierrez

João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht

Márcio Faria da Silva, ex-diretor da Odebrecht

Otávio Marques de Azevedo - presidente da Andrade Gutierrez

Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht

Atualmente, oito presos da Lava Jato estão detidos no complexo médico. São eles: André Vargas, Luiz Argôlo, Pedro Corrêa, João Vaccari Neto, Mário Góes, Adir Assad, Fernando Baiano e Renato Duque.

DENÚNCIA

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça, na sexta-feira (24), uma denúncia contra executivos da construtora Odebrecht e da Andrade Gutierrez investigados na Operação Lava Jato. Entre os denunciados estão Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo.

Também aparecem os nomes do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco.

LEIA A NOTA DA ODEBRECHT NA ÍNTEGRA:

A Odebrecht considera que o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF) do Paraná feito hoje é o marco zero do início do trabalho da defesa. A partir de agora, os advogados poderão conhecer as alegações imputadas aos executivos investigados, assim como será possível analisar o conjunto de documentos apresentado pela acusação, o que viabilizará, finalmente, o devido exercício do direito de defesa.

No entanto, as alegações apresentadas pelo MPF, de forma midiática e escandalosa na tarde de hoje, não justificam, em hipótese alguma, a manutenção da prisão arbitrária e ilegal do diretor presidente do Grupo, Marcelo Odebrecht e de quatro ex-executivos. Muito menos justificam a surpreendente decretação de nova prisão preventiva, com a revogação da anterior, num claro movimento para anular os efeitos dos pedidos de habeas corpus perante o STJ.

Sobre o pedido de cooperação enviado pelos procuradores da Suíça, a Odebrecht buscará todos os esclarecimentos junto às autoridades competentes naquele país para que os fatos sejam devidamente apurados. Note-se que enquanto o Ministério Público da Suíça busca informações para ampliar suas investigações, no Brasil os procuradores atribuem aos mesmos dados o peso da mais absoluta verdade. Mais uma vez verifica-se que enquanto o MPF diz que trabalha com fatos, na verdade, vemos juízos de interpretação, suposições e alegações desconexas e descontextualizadas.

Os advogados lamentam a exposição pública de todo o processo e a falta de critérios na divulgação de documentos vazados a conta gotas, sem nenhum pudor, chegando a expor, desnecessariamente, até mesmo as famílias dos executivos.

LEIA A NOTA COMPLETA DA ANDRADE GUTIERREZ:

A Andrade Gutierrez informa que os advogados ainda estão estudando a peça apresentada hoje pelo Ministério Público Federal. No entanto, pelas informações passadas pela equipe do MPF na coletiva de imprensa, o conteúdo da denúncia apresentada contra seus executivos e ex-executivos parece não trazer elementos novos além dos temas já discutidos anteriormente, e que já foram devidamente esclarecidos no inquérito. Infelizmente, até o momento, os devidos esclarecimentos e provas juntadas não foram levados em consideração. A empresa entende que o campo adequado para as discussões, a partir desse momento, é o processo judicial, onde concentrará essa discussão, buscando a liberdade dos executivos e a conclusão pela improcedência das acusações. A empresa reitera que não pretende participar dessas discussões através da mídia.

Fonte: G1

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