'Nunca pedi propina', afirma presidente da Eletronuclear

Preso desde terça-feira (28), quando foi deflagrada a 16ª fase da operação Lava Jato, o presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, negou à Polícia Federal ter recebido propinas para facilitar o acesso privilegiado a construtoras no contrato de construção de parte das obras da usina de Angra 3. Ao determinar a prisão temporária do almirante, o juiz federal Sérgio Moro levou em consideração as acusações da força-tarefa da Lava Jato, que afirma ter mapeado R$ 4,5 milhões em propinas recebidas pelo almirante reformado.

Os investigadores suspeitam que o presidente licenciado da estatal pode ter recebido até R$ 30 milhões de empreiteiras que integram o Consórcio Angramon. Os recursos teriam transitado por empresas de fachada até aportar no caixa da Aratec Engenharia e Consultoria, fundada pelo almirante, hoje sob controle de uma filha dele.

No depoimento prestado nesta quinta-feira, 30, Othon Pinheiro afirmou que "nunca recebeu nenhuma orientação de alguém da Eletrobras, do Governo Federal ou dos partidos políticos para que cobrasse das empresas que compunham o consórcio Angramon alguma doação a políticos ou partidos".

Pinheiro declarou ainda que "nunca solicitou ou exigiu qualquer vantagem econômica para si ou sua família". Diante das acusações de que teria recebido propina, o presidente da Eletronuclear afirmou estar "profundamente consternado, pois nunca agiria dessa forma". Ele argumentou que tem 'uma atuação profissional reconhecida e de longa data'. Othon Pinheiro é referência no meio acadêmico brasileiro em energia nuclear.

Fonte: UOL.

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