Nova alta

Após abrir em queda e abaixo de R$ 3,80, o dólar virou e passou a operar em alta nesta quinta-feira (15), com o mercado atento aos desdobramentos da política local e em meio a expectativas que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não eleve os juros neste ano, o que ajudaria mercados emergentes.

Às 10h49, a moeda norte-americana subia 0,03%, a R$ 3,814 na venda.

Veja a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, recuava 0,54%, a R$ 3,7919.
Às 9h50, subia 0,12%, a R$ 3,8175.

Na véspera, a moeda norte-americana encerrou em queda de 2,08%, a R$ 3,8126 na venda, anulando boa parte do avanço de 3,58% registrado na véspera, a maior alta diária em mais de quatro anos.

No mês, a divisa acumula queda de 3,86%. No ano, porém, a valorização é de 43,4%.

Juros mais altos nos Estados Unidos atrairiam para aquele país recursos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil. Com o país mais atraente para investimentos, aumentaria a demanda por dólares - fazendo assim seu valor subir em relação a moedas como o real.

Estados Unidos
"Nos últimos dias houve muito pessimismo sobre os EUA, com o mercado discutindo até uma alta de juros só no meio do ano que vem. Os dados de hoje estão fazendo essas especulações voltarem um pouco, ajustarem-se à realidade", disse o operador de um importante banco internacional, sob condição de anonimato, lembrando que os juros baixos nos EUA beneficiam mercados emergentes, com investimentos mais atrativos.

O núcleo da inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que exclui preços voláteis como alimentos e energia, acelerou para 0,2% em setembro, após marcar 0,1% no mês anterior. Os preços ao consumidor como um todo, no entanto, recuaram 0,2%, pressionado pela queda da gasolina.

Além disso, o número de pedidos de auxílio-desemprego atingiu 255 mil na semana passada, novamente o menor nível em 42 anos, sugerindo que o mercado de trabalho norte-americano permanece forte apesar da abrupta desaceleração na criação das vagas de emprego nos últimos dois meses.

Pesquisa da Reuters mostrou que a expectativa de economistas é que o Fed eleve a taxa de juros em dezembro, mas a confiança nessa aposta vem diminuindo.

Segundo operadores, o mercado brasileiro continuava mais sensível que seus pares devido à crise política. A indefinição sobre eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff vem pressionando o câmbio e levou o dólar a marcar a maior alta diária sobre o real em mais de quatro anos na terça-feira.

Analistas da Guide Investimentos destacaram em nota clientes o "noticiário político ainda intenso", mas ressaltaram que "tudo indica que continuaremos em 'stand by': Cunha e Planalto tentam costurar acordão", referindo-se ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Nesta quinta, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes à venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 4,606 bilhões, ou cerca de 45% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.

Fonte: G1

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