MPF pede condenação de Cerveró por corrupção e lavagem de dinheiro

O Ministério Público Federal (MPF) pediu na quarta-feira (22) a condenação judicial do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, do lobista Fernando Baiano, do consultor Júlio Camargo e do doleiro Alberto Youssef por crimes como corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. As alegações finais, última fase na tramitação dos processos, antes da sentença do juiz, foram apresentadas pelo Ministério Público Federal na quarta-feira.

Além disso, o MPF pede a devolução de R$ 156 milhões e que as penas sejam cumpridas, incialmente, em regime fechado. Todos são acusados de participarem do esquema criminoso bilionário existente na Petrobras desvendado pela Operação Lava Jato.

Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, disse que o MPF não tem elemento comprobatório nenhum para a acusação. "É lamentável que a Justiça do Paraná esteja tratando o caso desta forma", declarou.

O advogado que representa o doleiro Youssef, Tracy Reinaldet, foi procurado pela reportagem, mas não foi localizado. A defesa de Fernando Baiano, representada pelo advogado Nélio Machado, também não foi encontrada pelo G1 até a publicação. O mesmo aconteceu com o advogado Figueiredo Basto, que atua na defesa de Júlio Camargo.

De acordo com a denúncia, Nestor Cerveró, que comandou a Diretora Internacional entre 2003 e 2008, utilizou o cargo para privilegiar empresas em negociações comerciais em contratos com a Petrobras em troca de propina.

Cerveró, ainda conforme a denúncia, tinha na figura de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um operador financeiro para viabilizar o pagamento de propina por parte de Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal. Segundo o Ministério Público Federal, a propina foi de US$ 40 milhões. A quantia referia-se a contratação de um estaleiro sul coreano.

A acusação argumenta que para dar aparência lícita à propina foram firmados dois contratos com uma empresa de Júlio Camargo, totalizando US$ 53 milhões - US$ 13 milhões ficariam com Júlio Camargo.

O Ministério Público Federal pede que Cerveró seja condenador por corrupção passiva majorada, por duas vezes, e lavagem de dinheiro por 64 vezes – número correspondente a quantidade de transferências feitas pelo ex-diretor. O MPF pede as mesmas condenações para Fernando Baiano, sendo coautor de corrupção passiva.

Já para Júlio Camargo, o Ministério Público Federal pede condenação pelo crime de corrupção ativa, evasão de divisas, fraudes em contrato de câmbio e lavagem de dinheiro por 64 vezes.

Quanto ao doleiro Alberto Youssef, os procuradores pedem condenação por lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal menciona que, como Júlio Camargo firmou acordo de delação premiada, e, por isso, requer que as condições sejam aplicadas na definição das penas.

Quanto aos demais réus, pede que a pena se dê inicialmente em regime fechado e “tendo em conta ainda a boa condição financeira dos acusados Fernando Soares e Nestor Cerveró, pelo que se requer seja fixado o dia-multa no máximo de 5 (cinco) salários mínimos a estes acusados”.

Fonte: G1

Comente aqui