MPF investiga contradições entre delação e depoimento de lobista

O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento administrativo para investigar contradições entre depoimentos de delação e um interrogatório de uma ação penal do lobista Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura dado à Justiça Federal, no Paraná, na sexta-feira (22).  A imagem do lobista não foi exibida por conta do pedido da defesa de preservar a imagem do cliente.

Moura é investigado pela Lava Jato e é acusado de ser um representante do ex-ministro José Dirceu na Petrobras. Ele teve o acordo de colaboração homologado pelo juiz Sérgio Moro em setembro do ano passado.

O MPF informou que vai dar a oportunidade de defesa antes de qualquer medida junto à Justiça e afirmou que houve contradição entre depoimentos assinados por Moura e advogados, bem como contradição entre os anexos apresentados por ele e pelas defesas, sem qualquer participação de qualquer autoridade.

Fernando Moura responde em liberdade pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em em agosto de 2015 junto com o ex-ministro José Dirceu, que está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Os dois são acusados de terem sidos beneficiados com o esquema de corrupção, fraudes e desvio de dinheiro na estatal.

No depoimento à Justiça, no dia 22, o lobista demonstrou nervosismo ao ser questionado por Sérgio Moro sobre o que ele teria dito no acordo de delação premiada sobre contratos ilícitos da Petrobras e o envolvimento de Licínio de Oliveira Machado Filho, da empreiteira Etesco, e do ex-diretor Renato Duque.

"O senhor declarou no seu depoimento: o declarante tem conhecimento que esse arranjo entre a Etesco e Renato Duque permitiu que a Etesco fechasse diversos contratos milionários com a Petrobras. Que a Estesco, que era uma empresa de pequeno e médio porte passou repentinamente a ficar como um player entre as gigantes da construção”, argumentou o juiz. 

Fonte: G1.

Comente aqui