Funcionários dizem desconhecer corrupção e propinas

Sete funcionários da Petrobras envolvidos nos processos de licitação e construção das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco; Henrique Lage, em São Paulo; Presidente Vargas, no Paraná; Capuava, em São Paulo; e Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro negaram, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, nesta segunda-feira (8), terem tido conhecimento de irregularidades, corrupção e pagamento de propina na empresa.

Os depoentes Abenildo Alves de Oliveira, Flávio Fernando Casa Nova da Motta, Heleno Lira, Ivo Tasso Bahia Baer, Gilberto Moura da Silva, Eduardo Jorge Leal de Carvalho e Albuquerque e Laerte Pires foram convocados a pedido do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), sub-relator de Superfaturamento e Gestão Temerária na Construção de Refinarias.

Os depoentes não foram acusados de irregularidades e, portanto, foram ouvidos na qualidade de testemunhas – e, como tal, foram obrigados a fazer juramento de dizer a verdade.

Acareação
Durante os depoimentos, Altineu Côrtes anunciou que vai pedir uma acareação entre o ex-gerente geral da Refinaria Abreu e Lima, Glauco Legatti, e outras duas pessoas: o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco e o engenheiro Shinko Nakandakari, que acusou Legatti de ter recebido R$ 400 mil em propina.

De acordo com um dos depoentes, o engenheiro Ivo Tasso Bahia Baer, ex-gerente de interligações da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Legatti foi quem nomeou os membros da comissão de licitação responsável pela contratação da empresa que fez as tubulações da refinaria Abreu e Lima.

Outro depoente, o engenheiro Abenildo Alves de Oliveira, gerente do contrato de construção de obras prediais da Refinaria Abreu e Lima, disse que foi indicado para coordenar a comissão de licitação de uma fase das obras da refinaria pelo próprio Legatti.

“Glauco Legatti mentiu então à CPI”, disse o deputado Altineu. Segundo ele, Legatti disse em depoimento que nunca indicou coordenador de comissão de licitação na refinaria.

Legatti foi acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato, o engenheiro Shinko Nakandakari, de ter recebido R$ 400 mil em propina, mesmo depois de deflagrada a Operação Lava Jato, em 2014. O dinheiro teria sido entregue pessoalmente a ele pelo próprio Nakandakari, em hotéis em São Paulo. Legatti negou.

18 bilhões de dólares
A refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, começou a operar no final do ano passado depois de ter consumido 18 bilhões de dólares em sua construção. O orçamento inicial era de 2,4 bilhões de dólares.

Outro delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, disse em depoimentos que a construção da refinaria rendeu pagamento de propina para partidos políticos, como o PT, PP, o PSB e o PSDB, que negam a acusação.

Fonte: Câmara Notícias

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