Ex-diretor da Eletronuclear é transferido para o RJ

O ex-diretor-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que estava preso em um quartel do Exército, em Curitiba, foi transferido para o 1º Distrito Naval, no Rio de Janeiro, na segunda-feira (23).

A transferência foi confirmada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta (27). Othon foi preso pela Lava Jato na 16ª fase da operação, no dia 28 de julho.

Ele é acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina e estava afastado da empresa desde abril deste ano, após as primeiras denúncias de corrupção. Othon pediu demissão no início de agosto.

Ele responde pelos crimes de organização criminosa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e embaraço à investigação de organização criminosa. A ação penal da Eletronuclear foi desmembrada e enviada para a Justiça do Rio de Janeiro no dia 29 de outubro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o caso da Eletronuclear não tem relação com o esquema de corrupção da Petrobras. Com o desmembramento, a ação deixa de ser julgada pela Justiça Federal do Paraná.

O foco das investigações da 16ª fase da Lava Jato foram contratos firmados por empresas já citadas na operação com a Eletronuclear. A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.

Conforme o MPF, a Andrade Gutierrez repassava valores para uma empresa de Othon Luiz, a Aratec, por meio de empresas intermediárias que atuavam na fase de lavagem de dinheiro – algumas reais, outras de fachada.

Além do pagamento de propina, as investigações apontam para a formação de cartel e o prévio ajustamento de uma licitação para obras de Angra 3, que foi vencida pelo Consórcio Angramon – Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, EBE e Techint.

Angra 3 será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Segundo as investigações, houve restrição à concorrência, por parte Eletronuclear, levando as empreiteiras do Consórcio Angramon a saírem vitoriosas.

Fonte: G1.

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