Erenice Guerra nega propina

A ex-ministra Erenice Guerra prestou depoimento à Polícia Federal em dezembro no qual confirmou que atuou com um dos investigados da Operação Zelotes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) enquanto ele ainda era conselheiro do órgão, ligado ao Ministério da Fazenda.

Ministra da Casa Civil de abril a setembro de 2010, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, Erenice Guerra foi ouvida no inquérito sobre a suposta compra de medidas provisórias que prorrogaram incentivos fiscais a montadoras.

Na edição desta terça-feira, o jornal "Folha de S.Paulo" deu informações sobre o depoimento de Erenice à Polícia Federal.

O Jornal Hoje teve acesso à íntegra do depoimento, do dia 12 de dezembro passado.

Erenice Guerra negou ter recebido oferta de propina para interferir em medidas provisórias.

Mas admitiu atuação conjunta entre o escritorio de advocacia dela e o JR Silva Advogados, de José Ricardo da Silva, preso na Operação Zelotes.

José Ricardo da Silva é ex-conselheiro do Carf. O contrato era para solucionar uma grande divida da empresa chinesa Huawei, que terminaria justamente no carf.

No depoimento, a ex-ministra foi perguntada se considerava ética a subcontratação de advogados para atuar no orgão em que eram nomeados como conselheiros.

Ela afirmou que conversou diversas vezes com José Ricardo, e que ele insistia que não havia impedimento para advogar junto ao Carf, mesmo sendo conselheiro do órgão.

Erenice afirmou que seu irmão e sócio no escritorio de advocacia, Antonio Eudacy Alves de Carvalho, pediu a ela para ajudar na nomeação de José Ricardo como conselheiro do Carf.

Ela disse que não tinha influência para isso e que só se lembrou de ter recebido esse pedido quando já tinha deixado o cargo de ministra da Casa Civil e teve seu sigilo de e-mails quebrado em uma investigacao sobre suposto trafico de influencia, que foi arquivada.

Fonte: G1

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