Deputados fazem relato de viagem a Mariana

A comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para acompanhar os desdobramentos do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco na região de Mariana, em Minas Gerais, esteve nos locais afetados na segunda (16) e terça-feira (17). O vazamento já está sendo considerado o maior desastre ambiental do País.

Os deputados visitaram o centro histórico de Mariana, onde as vítimas estão alojadas no teatro da cidade, e o distrito de Bento Rodrigues, que foi tomado pela lama.

O padre Geraldo Martins Dias, da Arquidiocese de Mariana, relata que sobraram apenas os esqueletos das casas, e que as pessoas tiveram pouco tempo para escapar. Segundo ele, uma moradora soube do rompimento da barragem por uma comunicação de rádio e passou de moto pelas ruas do distrito avisando as pessoas, que não tiveram tempo para levar nada.

"Pensem nas crianças recém-nascidas, idosos, pessoas com dificuldade de andar. Tudo isso teve que ser feito de maneira muito rápida, inclusive vendo a lama se aproximar deles. Então, é um drama que a gente não consegue imaginar", relatou o padre.

Devastação
O deputado Pastor Franklin (PMB-MG) comparou a devastação em Bento Rodrigues com uma cidade fantasma.

"Infelizmente, muitas são as pessoas que estão soterradas aqui. Ali as máquinas trabalhando para tentar encontrar corpos. Muito triste, muito desolador", comentou.

Os rejeitos vindos do rompimento da barragem seriam suficientes para encher 20 mil piscinas olímpicas. As margens do rio Doce estão repletas de lama que contém silício, ferro e outros elementos. Ainda não é possível prever quanto tempo vai levar para a fauna e flora se recuperarem, e especialistas já afirmam que algumas espécies desse ecossistema podem nunca voltar a existir.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, considera que o que aconteceu foi uma tragédia de proporções mundiais. Ele alerta que o rio está muito comprometido, mas que a sua capacidade de recuperação é grande.

"Tem que haver um plano de recuperação do rio Doce, que, mesmo que se estenda por cinco, dez anos, a empresa responsável pelo acidente tem que arcar com os custos deste plano", afirmou.

Fonte: Agência Câmara. 

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