A comissão criada no Senado para discutir propostas de reforma política adiou nesta terça-feira (14) a votação de proposta que proíbe a divulgação de pesquisas de opinião na última semana antes das eleições.

A proposta foi feita pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), após ser pressionado por colegas na sessão de segunda (13) para incluir esse item na pauta. O argumento dos senadores é que as pesquisas podem manipular dados e influenciar o resultado da eleição.

A discussão veio no bojo da aprovação, na segunda, de um projeto que limita a atuação dos institutos de pesquisa de opinião. O texto proíbe que os institutos prestem serviços, simultaneamente, a veículos de imprensa, partidos políticos ou governos.

Nesta terça, porém, houve um impasse sobre o prazo de duração da proibição. Jucá defendeu, então, deixar o debate para agosto. O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) discordou do prazo de 7 dias e defendeu que o período de proibição ficasse restrito às 48h anteriores à eleição.

“A minha proposta é mais realista. Como vamos enfrentar o questionamento de que, em plena campanha eleitoral, é proibido divulgar pesquisa? Qual é o medo? Devemos preservar o nosso patrimônio que está assim perante a opinião pública”, disse Garibaldi aos colegas senadores, sinalizando com o dedo indicador e o polegar.

E continuou: “Que país é esse em que os candidatos têm medo dos institutos de pesquisa. Manipulação há, mas eu garanto que não é regra, é exceção”.

Jucá rebateu dizendo que o período de dois dias seria muito curto. “Se houver a divulgação de uma pesquisa maldosa, dois dias antes não dão tempo de reação”, afirmou.A senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) também defendeu o prazo de sete dias de proibição. “São muito poucas as [pesquisas] que realmente são confiáveis. Acho que sete dias garantem um pouco mais de proteção”, ponderou.

A reunião desta terça-feira é o sétimo encontro da comissão de senadores instalada em junho para elaborar um pacote de mudanças nos sistemas político e eleitoral. Este grupo não tem relação com a comissão especial da Câmara que tratou da reforma política.
Campanha de TV

Na última semana, a comissão do Senado aprovou reduzir o período de campanha eleitoral na TV de 45 para 30 dias. O colegiado também decidiu reduzir de 50 para 30 minutos a duração dos blocos de propaganda eleitoral diários, além de ampliar de 30 para 40 minutos as demais inserções diárias no rádio e na TV.

Fonte: G1.