Ele foi eleito pela oposição. O partido dele está na oposição. Mas mesmo assim, o pastor Gessivaldo Isaías (PRB) anda longe de manter postura coerente. E as suspeitas de que ele estaria fazendo jogo duplo já causa uma constrangedora desconfiança até mesmo dentro da Igreja Universal, ligada diretamente aos interesses partidários.
Sim, Gessivaldo esteve por 3 anos dentro do governo de Wellington Dias, do PT. Mas uma coisa é ser parte de uma gestão, outra coisa é ser cúmplice. Gessivaldo não compareceu à caminhada do Dr. Pessoa que aconteceu na tarde da última quarta-feira, na zona Sul de Teresina. Foi lá que encontramos nossa fonte. Um pastor da Universal que preferiu manter seu nome em reserva avaliou a situação para o Política Dinâmica.
“Ele deveria escolher seguir o governador ou o partido. A Universal e o PRB já tem seu candidato, homem popular, honesto e focado na eleição de um deputado federal e um senador do nosso partido. Lá com Wellington não tivemos espaço. E agora vemos que é um governo de escândalos, depois que a Polícia Federal iniciou essa operação na Educação”, apontou o pastor, lembrando que Frank Aguiar e o PRB procuraram Wellington antes de fechar o apoio à Dr. Pessoa (SD).
CPI DA TOPIQUE
O pastor apontou ainda uma outra preocupação da igreja em relação ao deputado estadual Gessivaldo Isaías: o silêncio diante da Operação Topique, que apura desvios e fraudes em contrato de transporte escolar cujo esquema estava estabelecido dentro de prefeituras do interior e na Secretaria de Educação.
“É difícil defender um governo que deixa crianças sem ir à escola ou que tira dinheiro de transporte escolar para bancar o luxo de corruptos. Muitos dos nossos fiéis em Teresina e Piauí afora são pessoas humildes com filhos que dependem do transporte escolar funcionando. São pessoas indignadas com a greve dos professores e com essa roubalheira”, apontou o irmão.
Falta apenas uma assinatura para que seja apresentada uma proposta de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os desvios na SEDUC, durante a gestão de Rejane Dias (PT). Com o apoio de Gessivaldo Isaías, a CPI da Topique já poderia ser apresentada ao plenário da ALEPI.
Após a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Topique, o deputado Gessivaldo Isaías disse a jornalistas que se manteria numa postura independente. Mas, ao que parece, essa “independência” beneficia o esquema governista.
O pastor não quis se estender em sua avaliação sobre Gessivaldo ajudar ou não a CPI. Citou apenas dois versículos escritos por Salomão, que ele alega lembrar toda vez que vê no noticiário reportagens sobre cumplicidade entre políticos e empresários no crime. “Está em Provérbios, 29 versículo 4: ‘Por meio da justiça o rei dá estabilidade ao país, mas o homem que procura suborno leva o país à ruína’”, enfatizou.
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