TERCEIRA VIA OU ALTERNATIVA REAL?

Aos 51 anos, o Washington Bonfim deixou os bastidores da política e o papel de coadjuvante para se arriscar no protagonismo de uma campanha majoritária. A filiação do professor no Cidadania 23 no final de novembro de 2021 já está mexendo no cenário político de 2022 de uma maneira que não se espera de uma 3ª via. Aliás, é exatamente por não se comportar como “3ª via” que Bonfim é visto como grande “problema” para os principais nomes da política do Piauí. É uma candidatura que promete desconforto para adversários e novas ideias para o eleitor. 

Sem medo de fazer feliz: Washington Bonfim sai dos bastidores para encarar eleições com desprendimento e mensagem positiva sobre futuro do Piauí (foto: Jailson Soares | PD)

Naquele dia, diante de uma plateia motivada, Bonfim falou sobre a contribuição que ele pode dar na política, sobre a necessidade do eleitor rever sua postura diante da urna, e de como o exemplo de Teresina em 2020 deve ser avaliado para não se repetir no campo estadual em 2022.

PESSOA: O MEME AMBULANTE

Pela primeira vez um político teve a coragem de dizer o que o teresinense já entendeu desde que Doutor Pessoa (MDB) assumiu a gestão: “eleger o atual prefeito foi um grande erro”! Ao falar que é preciso mudar para melhor, apontou que a capital do Piauí hoje é gerida por um “meme ambulante incapaz de cumprir promessas e vencer os desafios da nossa capital”, numa clara referência ao fato de que Doutor Pessoa (MDB) ocupa mais espaço na mídia e nas redes sociais fazendo piadas, passando vergonha e dançando do que cuidando da cidade como prometeu em campanha. Mudar, nesse caso, não foi bom para Teresina, avalia Bonfim.

Nada além de palhaçada: após um ano de gestão, Washington Bonfim destaca que Doutor Pessoa não passa de um "meme ambulante" (fotos: reprodução)

WELLINGTON E CIRO, MUITO PARECIDOS

No mesmo caminho de crítica e alerta, Washington Bonfim tem lembrado em suas redes sociais que o grupo do ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro e senador Ciro Nogueira (Progressistas) elegeu o atual governador do Piauí em 2014 e em 2018, sendo responsável também pelo massacre imposto aos piauienses. 

Eleitos juntos, olhando pro mesmo lugar: Washington Bonfim diz não acreditar que Wellington Dias e Ciro Nogueira sejam, de fato, adversários nestas eleições de 2022; ambos seriam parte do mesmo problema (foto: Jailson Soares | PD)

“E [o grupo de Ciro] ainda ocupa cargos no mesmo governo [de Wellington Dias, do PT] que afirma combater. Não parece ser diferente em quase nada. É quase uma oposição fake”, disparou Bonfim no dia de sua filiação.


POSTURA E NARRATIVA

Não dá para dizer que Washington tem dito qualquer coisa errada ou fora de contexto. Parecendo bastante seguro do caminho, Bonfim tem mostrado um discurso que encontra terreno fértil no eleitorado que não vota em palhaços e busca evitar extremos.

Apelo técnico, planejamento lógico: Bonfim ocupa lacuna que grupos de Wellington e Ciro não preenchem no eleitorado fora dos extremos (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

“Vocês não estão diante de uma 3ª via. Estão diante da única certeza que se apresentou até agora de que é possível mudar de verdade”, defende Bonfim com firmeza.

O desconforto de políticos tradicionais já está dando o que falar.

Agora é esperar para ver.

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