"ELA TÁ É DOIDA!"

A deputada federal Margarete Coelho (PP) quer ter o prefeito Doutor Pessoa (MDB) como seu cabo eleitoral em Teresina para buscar a reeleição em 2022. Mas do lado do gestor, as informações são de que ele está fugindo do assédio eleitoral como o diabo foge da cruz. Pessoa tem seus próprios planos para o ano que vem e, pelo que se sabe, nenhum deles relacionados a qualquer tipo de associação com Margarete.

Margarete está buscando de todo jeito recompor o eleitorado em Teresina, mas é bom ir buscar mais votos em outro canto... (foto: Jailson Soares | Política Dinâmica)

Segundo uma fonte do Política Dinâmica na PMT, "ela tá é doida!". O assunto foi comentado no Palácio da Cidade durante visita da deputada Marina Santos (SD), ontem (2), quando ela foi informar ao prefeito a destinação de emendas parlamentares dela para os setores de Esporte e Saúde da gestão dele.

Ainda de acordo com a fonte, Margarete tem assediado Pessoa por essa parceria desde antes da morte de Firmino Filho (PSDB), ocorrida em abril deste ano, pois havia a possibilidade do ex-prefeito ser candidato a deputado federal. O que era coisa discreta, porém, passou a ser "constrangedor".

Tal constrangimento, segundo a fonte, foi percebido na última segunda-feira (31 de março), quando a Prefeitura Municipal de Teresina recebeu a visita do ministro João Roma, do Ministério da Cidadania. O encontro foi proporcionado pelo senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, e contou com a presença de parte da bancada do partido, incluindo Margarete. "Era toda hora pedindo foto com ele, falando abertamente sobre ele declarar apoio a ela. Nosso prefeito é um homem educado, mas estou vendo, qualquer hora, ele dar um fora grande nela", avaliou a fonte.

Na mesma semana: Doutor Pessoa fez questão de postar em suas redes sociais o encontro com a deputada Marina Santos; a foto com Margarete só consta no perfil da progressista (imagens: Instagram)

Outra fonte, no entorno de Pessoa, avaliou que até do ponto de vista político, a insistência de Margarete é "descabida". Em primeiro lugar, por que ela foi votada por Firmino na última eleição, e Pessoa não daria brecha para a comparação. Outro aspecto é que Margarete já foi vice-governadora de Wellington Dias (PT) e a irmã dela é secretária do governo. 

Unha e carne: a imagem de Margarete é muito associada à de Wellington Dias, a irmã dela é secretária de Wellington e Pessoa quer ser visto como uma alternativa ao candidato de Wellington (foto: Jailson Soares | Política Dinâmica)

Além disso, Margarete é do partido de Ciro Nogueira (PP), e o prefeito está buscando se viabilizar como "terceira via" das eleições de 2022, exatamente se mostrando independente tanto de Wellington, quanto de Ciro. "Pessoa só vai se posicionar sobre apoios e alianças lá no ano que vem, quando houver um cenário mais definido", insistiu a fonte.

Se Pessoa tem evitado se associar ao próprio senador Ciro Nogueira, apesar da influência dele em Brasília, por qual motivo faria isso com Margarete? (foto: Jailson Soares | Política Dinâmica)

Em 2018, quando se tornou deputada federal, Margarete Coelho teve mais de 17 mil votos em Teresina. Fazendo os cálculos, essa parcela de eleitores na capital correspondeu a 23% da votação dela naquele ano. Praticamente, de cada 4 votos que Margarete teve, 1 foi dado por um teresinense, graças à parceria com o ex-prefeito Firmino Filho (PSDB) e uma dobradinha com Lucy Soares (PP), à época, primeira-dama.

A prudência recomenda ir buscar esses votos em outro canto.

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