OS FIÉIS DE CIRO

O projeto de 2022 do Progressistas no Piauí passava pela eleição de Teresina. Ciro Nogueira, o presidente nacional da sigla e senador da República, indicou o vice do PSDB. R. Silva se dispôs a trocar o mandato de vereador pelo de vice-prefeito numa candidatura que até ali era tida como mais do que competitiva.

Então o deputado estadual Firmino Paulo anunciou apoio ao Dr. Pessoa (MDB) ainda antes do primeiro turno das eleições.

Tão logo se deu o resultado com Pessoa na frente, o candidato derrotado a vereador Pedro Fernandes – que chegou a ser cogitado como nome do PP para compor a chapa majoritária – também foi pro lado de lá.

Os vereadores eleitos pelo PP Valdemir Virgino e Neto do Angelim também fizeram uma “visita de cortesia” ao Dr. Pessoa ao se depararem com o resultado do dia 15 de novembro. Neto tirou até foto.

Por muito menos Ciro avisou ao vereador Venâncio Cardoso (hoje no PSDB) em 2019 que não havia mais lugar para ele dentro do PP.

A deputada federal Margarete Coelho – que teve mais de 17 mil votos em Teresina em 2018 – só desembarcou na campanha de Kleber Montezuma no segundo turno. Timidamente, diga-se de passagem.

Átila Lira e Átila Filho – recém-filiados ao PP – ninguém nem lembra que são do partido de Ciro. E apesar de ter apoiado a candidatura de Luiz André (PSL) a vereador no lado de Kleber, também despejou sua estrutura e empenho na campanha de Tatiana Medeiros (DEM), que fez pose pra foto com Dr. Pessoa também no segundo turno. Nem se comenta que ajudaram a tomar a prefeitura de Piripiri do próprio PP.

Samantha e Júlio Arcoverde: além deles, não sobrou muita gente para Ciro Nogueira contar dentro de seu partido em Teresina (foto: Facebook)

É até possível fazer alguma menção honrosa ao vereador Aluísio Sampaio, que deu algum suporte a R. Silva durante a campanha.

Mas na iminência da derrota na capital, sobraram ao lado de Ciro a jornalista Samantha Cavalca e o deputado estadual Júlio Arcoverde – único deputado do PP até agora que entregou os cargos do governo Wellington Dias (PT) depois que Ciro foi colocado pra fora da gestão. 

Samantha e Júlio. Articularam com outros partidos, circularam pelas reuniões --- desde as pequenas até as maiores -- e fizeram o PP estar presente mesmo quando Ciro não estava. Os fiéis de um projeto futuro no meio de dezenas que se entregaram ou fizeram corpo mole diante da primeira dificuldade.

Às vezes ter um partido grande, não é ter um grande partido.

Comente aqui