MP-PI VAI INVESTIGAR DENÚNCIA DE EMPREITEIROS

Arthur Feitosa foi ao Ministério Público prestar esclarecimento sobre denúncia de pagamento de propinas feita em pronunciamento na presença de vice-governadora e senador da República (foto: arquivo APEOP)

Na manhã desta quarta-feira, 20, o empresário Arthur Feitosa compareceu à sede do Ministério Público Estadual. Ele havia sido intimado a prestar esclarecimentos sobre uma denúncia feita há três semanas, quando afirmou que no Piauí — referindo-se ao Poder Executivo — “paga-se propina até pros porteiros”.

A alegação foi um tanto genérica, na oportunidade, Arthur Feitosa (presidente da Associação Piauiense de Empresários de Obras Públicas - APEOP) não deu nomes. Mas foi aplaudido por outros empresários num evento que aconteceu com a presença da vice-governadora Margarete Coelho e do senador Ciro Nogueira, ambos do Progressistas. Não houve contestação.

Seguiram-se discursos de outras pessoas em tom de “mea culpa”.  O evento foi gravado por alguns presentes e pela equipe de marketing do senador Ciro, que fazia imagens para utilizar na campanha.

Veja o vídeo da denúncia!

No mesmo dia, 28 de maio, o vídeo em que o empreiteiro discursou viralizou nas redes sociais. O Governo do Estado não se manifestou oficialmente sobre essas declarações. Mas baseado numa matéria do Portal Oito Meia, o Ministério Público Estadual resolveu agir para ter mais informações.

Na 42ª Promotoria de Justiça, a promotora Luísa Cynobellina Andrade não quis comentar o caso. Apenas escutou o empresário reiterar a denúncia. “O MPE tem os meios de obter mais informações e o dever de investigar. Temos que confiar nisso”, disse Arthur Feitosa.

O empresário revelou à promotora que colegas não denunciam com todas as informações os agentes corruptos temendo retaliações. Apontou que a pressão do Governo do Estado é tão grande contra as denúncias, que apenas o Política Dinâmica estava ali apurando o desenrolar daquela história.

“Fizemos essa denúncia diante de um senador e da atual vice-governadora. Todos os jornalistas desse estado ficaram sabendo. Todos os veículos de comunicação ficaram sabendo. Mas hoje, aqui, só temos o Política Dinâmica. O que dissemos foi dito na presença da vice-governadora e de um senador. Isso é grave e relevante e, ainda assim, não há ninguém interessado além do Política Dinâmica”, argumentou Arthur, para mostrar a força do governo para impedir denúncias de serem investigadas e chegarem ao conhecimento geral da população.

O Ministério Público, agora, passa a investigar o motivo pelo qual os pagamentos de obras públicas são feitos sem ordem cronológica, segundo Arthur, um dos indícios de que a burocracia abre espaço para a corrupção. O presidente da APEOP também relatou à promotora que o fato de todas as unidades gestoras do Governo do Estado estarem autorizadas a realizar obras de pavimentação impede a livre concorrência e proporciona um ambiente que facilita a possibilidade de haver direcionamento de licitações.

Veja o termo de declaração!

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