Esta semana o governador Wellington Dias (PT) realizou uma vistoria no pátio de manobras do Metrô de Teresina. Foi verificar a primeira de três composições de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) adquiridos pelo governo. Durante coletiva aos jornalistas, foi questionado sobre a situação dos empréstimos FINISA junto à Caixa. E deixou aberta a possibilidade de misturar, mais uma vez, os recursos da operação de crédito na conta única do Estado.
Mais do que qualquer esforço de oposição, o que travou os empréstimos do governo junto à Caixa foi a falta de transparência no gasto dos primeiros recursos que chegaram em 2017. O principal problema: tirar o dinheiro da conta vinculada ao contrato de empréstimo para colocá-lo dentro da conta única do Estado. Assim, não há como saber onde o dinheiro foi gasto. Pelo menos não facilmente.
Os tribunais de contas do Estado e da União chegaram a recomendar a suspensão de novos repasses para a gestão de Wellington. Depois de forte campanha, reconsideraram: podem ser feitos novos empréstimos, mas o dinheiro tem que ser administrado exclusivamente na conta vinculada, para que seja possível controlar os gastos desta vez. Os repasses continuam suspensos por determinação judicial e dependem de uma decisão do ministro Edson Fachin. E informações repassadas ao Política Dinâmica dão conta de que já está redigido o pedido de liminar do Estado para voltar a misturar os recursos.
Questionado pelo Política Dinâmica sobre isso, o governador Wellington Dias foi evasivo. Evitou negar a intenção. Se limitou a dizer que “não é um problema administrar o dinheiro a partir da conta do contrato”. Porém, o petista deixou a brecha no discurso para justificar o futuro pedido de liminar. “O que nós temos que resolver é um problema legal. Dinheiro de empréstimo, diferente de dinheiro de OGU [Orçamento Geral da União], dinheiro de empréstimo é um dinheiro do Estado, do tomador, assim como a pessoa física toma um empréstimo. E o dinheiro caiu na conta dele é dele, não é mais do banco. O dinheiro caiu na conta do Estado, é do Estado”, ressalta.
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Perguntado sobre a lista de obras que foram realizadas com a primeira parcela de R$ 307 milhões do FINISA 1, Wellington apontou que a relação está com a Caixa Econômica. Sobre aquelas que serão feitas com as novas parcelas do FINISA 2, o governador admitiu que não sabe, ainda, quais serão elas, apesar da pressa em receber o dinheiro. “Nós apresentamos uma primeira lista de quando tratamos com a Caixa Econômica, mas em razão das circunstâncias, algumas obras foram feitas, nós vamos ter que apresentar agora dentro do prazo. E eu acho que sem maior dificuldade! O que mais temos é obras pra fazer”, ressalta. Mesmo dizendo isso, o governo tem se negado a apresentar as listas de obras.
Pode esperar, aí tem!
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