JOÃO E EVALDO DÃO BOBEIRA E OPOSIÇÃO TOMA PROJETO DO GOVERNO

João de Deus e Evaldo Gomes não tiveram nem 5 minutos para comemorar a vitória na CCJ e colocaram em risco os planos de Wellington Dias para o aumento de impostos no Piauí (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Depois que o rolo compressor do governador Wellington Dias (PT) finalmente conseguiu aprovar o aumento de impostos na Comissão de Constituição e Justiça da Alepi, os deputados da base respiraram aliviados. E, de cima do salto, o líder do governo — deputado João de Deus (PT) — e o presidente da CCJ — deputado Evaldo Gomes (PTC) — desfizeram com os pés o que demorou a ser feito com as mãos: entregaram o projeto para os deputados da oposição.

Veja o que dizem os deputados!


O deputado Rubem Martins (PSB) será o relator do PLO 40/2017, que trata do REFIS, aumento de impostos e uso de empréstimos para pagar salários (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Depois de aprovada na CCJ, a matéria deve ser apreciada por outra comissão, a de Finanças. Lá, já havia um acordo: o presidente da comissão é o deputado Severo Eulálio (PMDB), que iria entregar a relatoria para o deputado Cícero Magalhães (PT). Porém, João de Deus pediu a Evaldo que enviasse de imediato o projeto para a próxima comissão e este, com a pressa de quem passa fome, ordenou o encaminhamento. Os dois esqueceram que Severo Eulálio está fora do país.

O líder João de Deus e o presidente da CCJ Evaldo Gomes chamaram a secretária da CCJ e cobraram satisfações dela no Plenário, numa tentativa de fazê-la assumir culpa pelo erro deles (foto: Marcos Melo | PoliticaDinâmica.com)

O presidente Themístocles Filho (PMDB) chamou a servidora para saber como o processo foi parar na oposição; ela explicou que o trâmite seguiu o rito normal e as ordens do do líder e do presidente da CCJ; Themístocles e Mauro Tapety (PMDB) pediram que ela desculpasse o "mal jeito" e a irritação de João e Evaldo (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Assim, o projeto foi bater nas mãos do vice-presidente da comissão, deputado Luciano Nunes (PSDB), que neste momento é o presidente em exercício. E Luciano não contou dois palitos antes de escolher o deputado Rubem Martins (PSB) como relator do aumento dos impostos. Ambos são de oposição e rejeitam a matéria.

João de Deus foi tirar satisfações com Luciano Nunes, alegando má fé e ilegalidade na escolha de Rubem Martins como relator (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Quando a base de Wellington Dias se deu conta do que aconteceu, já era tarde. Visivelmente nervoso, o deputado Evaldo Gomes ainda tentou culpar a secretária da CCJ pelo seu próprio erro, numa tentativa de se eximir de responsabilidade perante o governo. Já o líder, João de Deus, se agarrou com o regimento interno da Casa para encontrar uma brecha que permita a mudança. João chegou a alegar que o deputado Luciano Nunes teria agido de maneira ilegal.

O deputado Robert Rios (PDT) não participou da escolha, não fez nenhuma manobra, nem foi mentor do que ocorreu. Mas o sorriso dele nesta foto minutos após o tropeço de João de Deus e Evaldo Gomes é inversamente proporcional à irritação de Wellington Dias e mostra bem o tamanho do desespero dos colegas da base (foto: Marcos Melo | PoliticaDinamica.com)

Segundo um deputado da base, ao ficar sabendo do ocorrido, o próprio governador, irritado, "quase infarta". Wellington mandou mensagens aos dois para que dessem um jeito de desfazer a “bagunça”. A matéria tramita na casa em regime de urgência. E a oposição quer usar o prazo inteiro para o debate. Caso não seja aprovada este ano, a lei ordinária de aumento os impostos só poderá valer para 2019.


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