DISPUTA PELA SECRETARIA DE SAÚDE

A oferta da Saúde a Marcelo Castro não foi bem recebida por Assis, que foi categórico ao dizer que "Wellington não negocia secretaria em campanha" (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

“Oxente, e já estão indicando secretaria? Estou sabendo nesse momento que estão indicando secretaria. Quem está indicando secretaria?”, respondeu com duas perguntas o deputado Assis Carvalho, do PT. Com ar de desentendido, ao ser questionado pelo Política Dinâmica, o petista quis desconversar sobre a indicação da Secretaria de Saúde num eventual 4º mandato de Wellington Dias (PT).

Para Assis, é preciso esperar o resultado das urnas. A cautela se dá por dois motivos: o primeiro é que Assis não pareceu ter certeza de que o governador seja reeleito logo no primeiro turno; o segundo, é que se de repente Marcelo Castro (MDB) for eleito senador, seria possível evitar o conflito pela pasta, historicamente ligada a ele em gestões do PT.

Quem não ficaria feliz ao saber que pode comandar o segundo maior orçamento do Estado mesmo se perder a eleição? (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

“O senhor não acredita que Wellington vá vencer no primeiro turno?”, perguntamos. “Vai vencer porque todas as pesquisas apontam e o povo defende. Mas Wellington não trata de secretaria nas eleições”, alegou. Por essa lógica de quem está na frente nas pesquisas é quem ganha, Marcelo não chegaria ao Senado, pois pesquisas mostram o emedebista atrás de Ciro Nogueira, (PP), Wilson Martins (PSB) e até de Robert Rios (DEM). E se Castro pode ser eleito, então Wellington pode perder, segundo o raciocínio de Assis Carvalho. Pra cobrir um "santo", Assis tem que descobrir o outro.

A informação do deputado petista também encontra um outro obstáculo na verdade: Wellington Dias, em 2014, prometeu que chamaria petistas suplentes na mesma quantidade de eleitos para assumir cargos na Assembleia. E só tem um jeito de fazer isso: distribuindo secretarias. O que na verdade já se configura como antecipação do “fatiamento”. E já prometeu ao PT a mesma coisa em 2018, como parte da barganha para que petistas fossem pro chapão proporcional.

Voltando a Assis: “Só vamos tratar disso depois das eleições”, frisou, sobre a Secretaria de Saúde. Em seguida disse que só tratariam disso depois do SEGUNDO turno. Talvez tenha se confundido, ou talvez tenha sido um ato falho.

Em três mandatos de Wellington Dias a Sesapi foi geria com a digital de Assis Carvalho, logo, a expectativa do petista é "manter isso aí, viu?" (foto: Jailson Soares | PoliticaDInamica.com)

Assis disse que o atual governo estadual merece ser reeleito porque trabalhou muito, apesar da perseguição do governo federal e dos aliados do presidente Michel Temer (MDB) no Piauí. “Que estão em vários partidos”, apontou. Vale lembrar: com exceção do PCdoB, todos os demais partidos aliados a Wellington Dias são aliados do governo federal, a começar pelo Progressistas de Ciro Nogueira e o próprio MDB de Marcelo Castro.

“Então não houve veto do senhor à oferta da Sesapi a Marcelo, deputado?”, voltamos a indagar. “Veto de quê, se nunca foi nem discutido! A gente discute secretaria quando as urnas se manifestam”, alegou.

Essa base aliada não vai se amar pra sempre.

Pelo visto, a lua de mel tem data marcada pra terminar.

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