Imagine o que é ser governador de um estado, no Nordeste do país, mergulhado em profundas diferenças sociais e que para realizar transformações significativas e necessárias na sociedade ainda perde R$ 1,3 bilhão em receitas que seriam investidas em serviço público. Esse é Flávio Dino e o estado é o Maranhão. E deixando de lado qualquer afinidade ou desavença político-partidária, há de se respeitar um entendimento que sua gestão teve nos últimos anos e que ficou explícito nas últimas semanas, pelo menos para os vizinhos do estado do Piauí: a redução de impostos.
A lógica piauiense é absurda se comparada à maranhense. O governador Wellington Dias, do PT, enfrenta em termos gerais, as mesmas dificuldades de Flávio Dino, do PCdoB, no Maranhão. Mas o caminho tomado foi completamente diferente. Diante da impossibilidade de manter o ritmo de gastos com funcionários comissionados, estruturas políticas de governo e investimentos em ações político-eleitorais, o petista só viu uma maneira de "equilibrar" gastos: arrecadar mais, de modo imediato, aumentando impostos. Foram dois aumentos em 2017, o último deles gerando um desgaste imenso para governo e Assembleia legislativa, porém, irreversivelmente aprovado.
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Mas em todo lugar em que há muita gente chorando, quem vende lenço tem a chance de se dar bem. O aumento de impostos no Piauí coincidiu com a redução no estado do Maranhão. Dino resolveu esperar um pouco mais, reduzir suas contas de gestão e estimular o setor produtivo a fazer circular no estado dinheiro que não seja proveniente de transferências federais. Flávio Dino não está pensando nas eleições de 2018. Está pensando no maranhão dos próximos anos.
O governador Wellington Dias fez força para "empurrar" para fora do estado várias possibilidades de investimento e Flávio Dino apenas abriu as portas do Maranhão. Os empresários do setor de combustíveis, por exemplo, já sentiram a perda de receita e mercado para os concorrentes do outro lado do rio Parnaíba. E este é apenas um exemplo. Industrias estão escolhendo Timon-MA ao invés da capital do Piauí.
Flávio Dino, comunista, diz acreditar numa retomada da economia e que o início disso já está em curso. E tem que agradecer, sinceramente, ao governador do Piauí, que está dando uma ajuda boa nesse caminho. Mas, ainda assim, Dino aponta que as gestões públicas devem ser fiéis à responsabilidade fiscal e gastar somente de acordo com o que arrecada.
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