CRISE NO GOVERNO

Governo na crise: W.Dias quer gestores unidos contra a oposição, motivados por pesquisas e cautelosos com a imprensa; salários podem atrasar? (foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

O governador Wellington Dias (PT) esteve reunido com sua equipe econômica e com sua equipe de marketing eleitoral esta semana. A informação de saúde financeira é preocupante. Tanto do ponto de vista administrativo e quanto do ponto de vista eleitoral.

A reunião com gestores do primeiro e segundo escalões do Estado é um movimento de controle de danos. Acontecerá logo mais às 17h no Auditório da SECULT. Os ex-gestores — vinte pré-candidatos a deputado — também estão convidados. Na oportunidade, em primeiro lugar, serão apresentados dados de duas pesquisas eleitorais — uma do Instituto Amostragem, registrada, e outra, interna. Os números colocam o governador em um suposto cenário favorável na corrida de reeleição. A idéia é a de animar a platéia apesar da crise administrativa e fazê-los pensar a perspectiva de poder.

Por recomendação do marketing da campanha de Wellington Dias, os gestores serão advertidos a não concederem entrevistas “desnecessárias”. A segunda questão da reunião é evitar constrangimentos e atos falhos que comprometam a gestão de Wellington Dias. Este ponto específico, é uma consequência da entrevista que a primeira-dama e deputada federal Rejane Dias (PT) concedeu na semana passada afirmando que o dinheiro dos empréstimos FINISA — específicos para obras de infraestrutura e saneamento — serviriam, também, para pagar contas atrasadas do transporte escolar.

O governo trabalha com a certeza de que o empréstimo FINISA 2 de R$ 315 milhões vai ser liberado nas próximas semanas (embora recente decisão do ministro Edson Fachin não tenha determinado essa liberação), mas quer agir com cautela. Ao contrário do que aconteceu com o FINISA 1 (na parcela de R$ 307 milhões), este dinheiro não vai “passear” pela conta única do Estado. Deverá ser utilizado de dentro da conta vinculada à operação de crédito, como reza o contrato. Trocando em miúdos: o terceiro aviso da reunião é de que mesmo que chegue, nenhum gestor deve falar em pagar contas antigas com esses recursos, tampouco despesas correntes de custeio. Só obras novas.

O mais preocupante é uma informação extra-oficial. A quarta etapa da reunião pode tratar sobre a melhor maneira de apresentar ao público uma possível alteração do calendário de pagamento dos servidores estaduais. A informação apurada pelo Política Dinâmica é de que a recomendação feita ao governador foi de esticar a tabela em pelo menos uma semana para quem ganha mais de R$ 2 mil. Isso faria o calendário alcançar a data de crédito do Fundo de Participação dos Estados (FPE) do dia 20 de cada mês. O que aliviaria provisoriamente a folha, impediria colapso antes das eleições, mas empurraria o problema para o mês de dezembro. Frisando: a alteração no calendário de pagamentos está com o estudo pronto, mas não foi decidido ainda. 

Procuramos o Governo do Estado para comentar esta última informação. Não houve resposta da Coordenadora de Comunicação, mas o espaço está aberto para a manifestação do Estado do Piauí.

Comente aqui