O presidenciável Ciro Gomes deve ficar sem palanque no Piauí para as eleições de 2022. Pelo menos é o que se desenha de acordo com os rumos que o PDT está tomando neste momento. Segundo o vereador Evandro Hidd, presidente estadual da sigla, até o dia 31 de março ele deve decidir se vai apoiar Rafael Fonteles, do PT, que fará o palanque de Lula; ou se seguirá com Sílvio Mendes (PSDB), cuja campanha é organizada pelo ministro-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira, que também é presidente nacional do Progressistas.
“Só temos estes dois caminhos”, enfatizou Evandro Hidd ao Política Dinâmica, se referindo a Rafael ou Sílvio. E apesar destes dois candidatos replicarem a polarização de Lula e Bolsonaro, respectivamente, o presidente do PDT diz que está “pensando no melhor cenário para Ciro Gomes”.
PRIMEIRO AS PRIORIDADES
Para qualquer candidato a presidente, não há como ser diferente, o cenário ideal é ter seu próprio palanque. Coisa que, segundo uma das vice-presidentes do PDT, Amanda Costa, foi oferecida integralmente pelo Cidadania, partido que tem o professor Washington Bonfim como pré-candidato a governador.
Formalmente, a vaga de vice-governador na chapa também foi ofertada ao PDT. “Não estamos buscando espaço em chapa. Nem estamos fazendo leilão. Estamos vendo onde é melhor, também, para nossas chapas proporcionais”, comentou Evandro.
Amanda Costa, que é pré-candidata a deputada federal, confirma que a palavra final é de Evandro e que o foco, no Piauí, não está na majoritária.
Hidd também é pré-candidato a deputado federal. Porém, também não há notícias de que essas chapas proporcionais – de deputados federais e estaduais – possam ser viabilizadas ao lado de Sílvio.
A própria Amanda, por exemplo, tem adversário direto na busca de votos na região de Bom Jesus, onde ela mora e milita. Seu grupo político é adversário do grupo de Marcos Elvas, um dos coordenadores da campanha de Mendes. Por sua vez, Evandro Hidd, também não confirma que sua pré-candidatura a federal seja pra valer.
PUXADINHO PARA CIRO
O PDT acredita que Silvio Mendes, ainda que mude de partido, não deve assumir oficialmente a campanha de Jair Bolsonaro, apesar da base de sua campanha só existir por este motivo. “Isso nos deixa livre para ter o palanque com ele”, analisou Amanda. Mas ela não conseguiu dizer se o tal palanque será formal ou uma espécie de “puxadinho”, só para pequenas reuniões entrevistas pontuais.
De qualquer forma, de acordo com o vereador, os planos são aprovados pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Em 2018, Ciro Gomes também não teve palanque no Piauí. Seu partido estava coligado com o PT de Wellington Dias e o Progressistas de Ciro Nogueira e ambos fizeram palanque para o petista Fernando Haddad, que finalizou o primeiro turno das eleições com 63,40% (1.172.147 votos). Naquele mesmo ano, Bolsonaro chegou a 18,76% (346.944 votos). Gomes obteve 11,42% dos votos válidos, tendo sido escolhido por 211.240 eleitores, mesmo sem palanque.
A tendência, desta vez, é que a votação de Ciro diminua, afinal, o PDT aqui deve alimentar a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Uma pena.
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